Percebi, em algumas entrevistas do prefeito de Natal, Paulinho Freire, e de sua esposa, Nina Souza — atual secretária de Assistência Social e Trabalho de Natal —, que, ao serem questionados sobre quem o prefeito deverá apoiar para deputado federal em 2026, a referência é sempre feita a vereadores aliados. Paulinho tem dito que vai ouvir os vereadores para definir, dando a entender que o nome escolhido será alguém da bancada governista.
Por sua vez, Nina Souza respondeu a uma pergunta sobre a possibilidade de ser candidata a deputada federal dizendo que esse projeto não estava em seus planos, ou seja, não era seu objetivo — como se estivesse sinalizando que essa vaga seria destinada a outra pessoa.
Tanto Paulinho quanto Nina mudam o tom da conversa quando a pergunta é se ela poderia ser candidata a vice-governadora em uma chapa com Allyson Bezerra ou com Rogério Marinho. Aí, a resposta de ambos é diferente: Nina afirma que se sente preparada para a missão, e Paulinho diz que é algo a ser avaliado futuramente, reafirmando que sua esposa é uma pessoa qualificada.
A lógica dessas respostas é clara: o casal considera, sim, a possibilidade de Nina compor como vice em uma chapa, mas descarta por completo a candidatura à Câmara dos Deputados.
Para que ela seja indicada como vice, a maior chance seria dentro de uma configuração em que a oposição esteja unida em torno de um único nome. É razoável supor que o prefeito de Natal teria força para indicar o vice nesse palanque.
Contudo, se houver divisão — como de fato parece que vai acontecer, com dois palanques —, a situação se complica. Se Paulinho indicar a esposa como vice de Rogério, significará que o União Brasil, e portanto a Federação União Progressistas, abandonou Allyson e decidiu apoiar Rogério.
Por outro lado, se Nina for indicada como vice de Allyson, significará que Paulinho rompeu com Rogério.