Depois de ouvir os vários discursos dos oradores que estavam no trio elétrico durante o ato convocado pelo bolsonarismo ontem, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, fiquei com sérias dúvidas sobre qual era exatamente o motivo da convocação.
Na divulgação, foi anunciado que se tratava de um ato em favor da anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023. Centenas de participantes já foram condenados, e a oposição deseja um perdão coletivo para todos. Essa era, em teoria, a finalidade do evento.
Contudo, a maioria dos oradores discursou em defesa da candidatura de Jair Bolsonaro em 2026 e da reversão de sua inelegibilidade pelo TSE. O próprio Bolsonaro afirmou que seria o único candidato possível da oposição. Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, declarou que Bolsonaro é o nome para 2026. No mesmo tom, Tarcísio de Freitas, os filhos de Bolsonaro, Silas Malafaia, Rogério Marinho, Nikolas Ferreira e Magno Malta reforçaram essa ideia.
Em segundo plano, e sem tanta ênfase, mencionaram a anistia. Ficou claro, então, que esse tema foi apenas um pano de fundo para justificar o verdadeiro propósito do evento. O ato teve um caráter essencialmente político, servindo para reafirmar que Bolsonaro será candidato, mesmo diante das restrições eleitorais.
A possibilidade de Bolsonaro reverter ou não sua inelegibilidade será tema de um outro post, mas, sobre o ato de ontem, não restaram dúvidas: tratou-se de um evento eleitoral. O impacto que isso pode ter é uma questão para um próximo post.