Recentemente, conversei com o prefeito de uma cidade próxima a Mossoró e perguntei sobre o apoio dele aos candidatos ao Governo em 2026. A resposta me chamou a atenção: ele disse que ainda não havia decidido, mas achava difícil apoiar Allyson Bezerra, pois não tinha boas informações sobre ele.
Naturalmente, quis saber quais eram essas informações negativas. E ele contou que ouviu de outros prefeitos que o candidato do União Brasil não era confiável, que havia deixado antigos aliados para trás e que gostava de “brilhar sozinho no palco”. Finalizou dizendo: “Não adianta nada ganhar e não levar.”
O episódio me marcou porque, algum tempo antes, havia conversado com outro prefeito, de um município do Seridó, que já pertenceu ao mesmo partido de Allyson, e compartilhou o mesmo sentimento de desconfiança.
Segundo ele, Allyson passou os dois anos como deputado estadual e os quatro primeiros anos como prefeito de Mossoró sem dialogar com os demais prefeitos. Não participava de nada, não fazia gestos de aproximação e preferia atuar de forma isolada, ignorando as lutas e os movimentos conjuntos dos colegas gestores.
Nesse ponto, os dois prefeitos com quem conversei destacaram Rogério Marinho como alguém mais presente, com um histórico de parceria mais confiável.
Talvez esse seja o maior desafio da candidatura de Allyson Bezerra ao Governo do Estado em 2026. Apesar de agora tentar um movimento de aproximação — convidando prefeitos para o Mossoró Cidade Junina, publicando vídeos de visitas ao Palácio da Resistência — a desconfiança ainda paira no ar e deixa muitos com o pé atrás.
O temor é que o Allyson atual, acessível e sorridente, após eleito, volte a ser o político isolado, que não compartilha protagonismo. É o risco de “ganhar e não levar”.
Acredito que é justamente sobre esse argumento que Rogério Marinho está construindo suas alianças: a confiabilidade. Ele vem defendendo que o critério de escolha seja quem mais agrega. Provavelmente, ouviu as mesmas queixas que eu — e por isso espalha a ideia de que Allyson tende a “deixar muita gente pelo caminho”.
Não sei o quanto essa imagem pode prejudicar as alianças de Allyson para 2026. O que ele tem a seu favor é a perspectiva de vitória, e isso costuma atrair apoios, ainda que cautelosos. E Allyson, que não é ingênuo, certamente já percebeu tudo isso.
