Está sendo enorme a repercussão em todo o Estado após a revelação feita ontem pelo Blog Neto Queiroz, noticiando a posição do prefeito de São Gonçalo, Jaime Calado, em relação à aliança entre sua esposa, a senadora Zenaide Maia, e o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra.
O blog foi informado por interlocutores de Jaime que ele tem discordado veementemente, em reuniões internas, do argumento que vem sendo repetido sistematicamente dentro do União Brasil estadual: de que Zenaide Maia estaria à deriva e que Allyson estaria fornecendo uma tábua de salvação para ela. A cúpula do UB acredita que Zenaide deveria ser muito grata a Allyson.
O pensamento de Jaime é completamente diferente. Ele considera que Zenaide está em uma posição privilegiada no cenário político, sendo cortejada tanto por governistas quanto por oposicionistas, todos querendo contar com ela em seus palanques.
Ele discorda do União Brasil sobre quem depende de quem na atual conjuntura política para 2026. Na visão do prefeito, talvez seja Allyson quem mais precise de Zenaide neste momento — e não o contrário.
O raciocínio é o seguinte: o senador Rogério Marinho está articulando um palanque competitivo no RN, com ele próprio como candidato ao governo, Nina Souza como vice e Styvenson Valentim e Álvaro Dias como candidatos ao Senado. Um palanque que contaria com amplo apoio do empresariado, dezenas de prefeitos, quase uma dezena de deputados estaduais, três federais e, como diferencial, o apoio da Prefeitura de Natal.
Do outro lado, o governismo reuniria PT e MDB. A chapa teria Cadu Xavier como candidato ao governo, Marianna Almeida como vice, Fátima Bezerra e Zenaide Maia como senadoras, o vice-governador Walter Alves, a liderança de Ezequiel Ferreira, além das máquinas federal e estadual e o apoio de Lula — principal transferidor de votos no cenário nacional.
Com esses dois palanques já bem estruturados, restaria para Allyson uma terceira via, relativamente isolada, tentando montar uma base de apoio ainda sem vice e sem candidatos ao Senado. E enfrentando a polarização entre os palanques de Rogério e Fátima.
Nesses cenários, o apoio de Zenaide passa a ser decisivo. Caso ela recuse a aliança com a governadora, pode desequilibrar o jogo a favor de Allyson, tornando-se um nome de peso e dando uma nova dimensão à chamada terceira via.
Muitas pessoas próximas a Zenaide e Jaime têm corroborado esse pensamento, acrescentando outro argumento: se estiver no palanque de Allyson, Zenaide estaria sozinha, sem estrutura, tendo que mirar em dois alvos ao mesmo tempo: Fátima e Styvenson. Já no palanque governista, estaria somando forças com Fátima para enfrentar apenas um alvo: Styvenson.
Por essas e outras razões, o debate interno nas reuniões do PSD tem sido de contrariedade em relação às informações que circulam dentro do União Brasil, que apresenta Zenaide como totalmente dependente da boa vontade de Allyson.