A senadora Zenaide Maia fez sua escolha política e agora terá de lidar com três problemas que surgem como consequência direta da aliança firmada com Allyson Bezerra, posicionando-se numa espécie de terceira via.
Problema 1. Zenaide enfrentará resistência dentro do União Brasil. Deputados como Benes Leocádio e Robinson Faria não têm compromisso com sua candidatura. O ex-senador José Agripino já decidiu “lavar as mãos” em relação a ela, e o PP, comandado por seu irmão João Maia, não deve priorizá-la, deixando as negociações para acordos locais.
Problema 2. A senadora viverá situações desconfortáveis ao dividir palanque com Allyson Bezerra, que deverá direcionar ataques ao governo de Fátima Bezerra. Zenaide foi aliada da governadora, seu esposo Jaime Calado foi secretário estadual e a própria senadora já fez elogios públicos à gestão. Agora, terá de assistir calada — e até aplaudir — a artilharia contra o governo do qual participou.
Problema 3. A estratégia de buscar votos tanto à esquerda quanto à direita, ocupando um espaço de centro, pode frustrar ambos os lados. O grupo de Rogério Marinho trabalhará para enfraquecê-la no eleitorado mais à direita, enquanto o governismo fará o mesmo na esquerda. No esforço de agradar os dois campos, Zenaide corre o risco de perder espaço em ambos.
