Não é novidade que teremos três palanques formados no Rio Grande do Norte para as eleições de 2026 — isso todo mundo já sabe. O que permanece totalmente em aberto é quem será o vice em cada uma dessas três chapas. A coincidência é curiosa: nenhuma delas tem hoje qualquer indicação concreta sobre quem ocupará o posto.
Comecemos pela chapa de Rogério Marinho, que reunirá PL, PSDB, Podemos e Republicanos. O PL terá o candidato ao Governo; o PSDB ficará com uma vaga ao Senado; a segunda vaga ao Senado será de Álvaro Dias, atualmente no Republicanos, mas prestes a se filiar ao PL. Se o critério fosse apenas representação partidária, o vice deveria sair do Republicanos ou do Podemos. Mas essa não é a lógica em discussão. As conversas internas apontam que o fator decisivo será a capacidade de agregar votos — seja por força eleitoral em uma região estratégica, seja por representar um segmento com densidade política.
Já na federação União Brasil e PP, a situação, para mim, parece mais clara, embora ninguém admita publicamente — nem em off. Acredito que a companheira de chapa de Allyson Bezerra será a ex-prefeita de Messias Targino, Shirley Targino. Explico: o palanque será formado por União Brasil, PP e PSD. O União Brasil tem a cabeça de chapa; o PSD terá a vaga ao Senado com Zenaide; e o PP, até agora, não recebeu espaço algum. Com dois deputados federais, dezenas de prefeitos e centenas de vereadores, o PP dificilmente deixaria de reivindicar presença majoritária. Na minha avaliação, esse acerto foi feito lá atrás, ainda quando Allyson nomeou Shirley como secretária de Ação Social da Prefeitura de Mossoró.
No palanque governista, o quadro é semelhante ao do PL: o vice ainda não está escolhido, e não há nomes sequer cogitados por enquanto. Esse campo reunirá PT, PV, PCdoB, MDB, PSB e PDT. O PT já tem duas posições definidas: Cadu Xavier será o candidato ao Governo e Fátima Bezerra disputará o Senado. O MDB, por sua vez, deverá indicar o vice — algo já acordado — e pode também indicar a segunda vaga ao Senado. Isso só não ocorrerá caso alguma sigla aliada apresente um nome mais competitivo que o indicado pelo MDB.
Resumindo o cenário: existem conversas, encaminhamentos e condições colocadas, mas a decisão sobre quem será vice-governador ou vice-governadora nos três palanques só deve ser anunciada entre março e abril do próximo ano, no limite do prazo de desincompatibilização, quando as chapas serão oficializadas.






