O senador Styvenson Valentim precisa ponderar melhor seus arroubos. É necessário rever seus métodos — e os estragos que tem deixado pelo caminho. O confronto que mantém com o prefeito Allyson Bezerra é uma disputa sem vencedores. Ambos saem perdendo.
O novo embate surgiu após Styvenson acusar Allyson de agir de forma “demoníaca” ao, supostamente, embargar as obras do hospital infantil. O prefeito de Mossoró se defende, alegando que o senador quer iniciar a obra sem alvará — um flagrante de ilegalidade.
Já afirmei antes: a posição de Styvenson nessa briga é indefensável.
Mas, do ponto de vista político, esse conflito está queimando pontes que, em breve, poderão precisar ser reconstruídas. Tanto Allyson quanto Styvenson têm defendido publicamente a união das oposições no Rio Grande do Norte. Falam sobre a necessidade de estarem juntos para derrotar o PT. No entanto, a cada golpe verbal trocado, torna-se mais difícil um futuro aperto de mão.
E não se trata apenas de posar para fotos com sorrisos amarelos e ensaiar uma união forçada. Vai além disso: está em jogo a credibilidade do discurso que ambos levarão ao povo do Rio Grande do Norte nos palanques de 2026.
Assim como Allyson declarou recentemente que jamais subiria no palanque da governadora Fátima, por não conseguir defender o “pior governo da história do RN”, ele pode acabar dizendo o mesmo sobre Styvenson. Como justificar um pedido de voto para um senador que o chamou de demoníaco? Seria isso uma aliança com o demônio?
Às vezes, é preciso ter cuidado com as palavras, porque, uma vez ditas, não voltam atrás. E o eleitor — vale lembrar — não é bobo.