A Conversa Decisiva: Fátima quer posição de Walter até o final do ano e vai dizer a ele que renúncia é um pedido de Lula

Fátima Bezerra e Walter Alves deverão ter, nos próximos dias, uma conversa decisiva. Ainda não há data marcada, mas a governadora quer uma definição de Walter até o final do ano.

O clima não é bom. Uma parte considerável do governo está inconformada com os gestos recentes do vice-governador, que forneceu “gasolina e fósforo” para a mídia incendiar a imagem da gestão de Fátima. O massivo noticiário da última semana sobre uma suposta quebradeira do Estado ganhou força com o silêncio de Walter diante da possibilidade de não assumir o governo.

Embora considere o MDB um parceiro importante e conduza com cautela esse momento crítico, Fátima Bezerra não aceita ficar refém do “vai-não-vai” de Walter Alves. Ela pretende pedir que o vice decida imediatamente se assume ou não o governo em abril do próximo ano. Para a governadora, essa decisão não pode ser empurrada para 2026.

Ambos os lados sabem que o momento é delicado. A postagem de Ezequiel Ferreira, no domingo, ao lado de Walter, com a frase “Estamos unidos”, foi um recado direto: o MDB sentiu o peso da crise.

Ainda sobre a conversa que terá com Walter, Fátima deixará claro que não pretende recuar do projeto nacional — a disputa pelo Senado. A governadora dirá que não é candidata de si mesma, mas atende a um pedido do presidente Lula. Se Walter não assumir, complicará o projeto nacional desenhado pelo próprio presidente.

Na segunda-feira, a equipe econômica criada por Walter para acompanhar a situação fiscal do Estado se reuniu com a equipe econômica atual. Walter Alves e Cadu Xavier frente a frente. Cadu saiu da conversa sem qualquer certeza sobre a decisão do vice. “É ele que tem que falar, que tem que dizer”, respondeu o secretário ao ser questionado se Walter, em algum momento, afirmou que não assumiria.

Há motivos de queixa de ambos os lados. O PT sente que houve deslealdade por parte de Walter. Já o vice-governador acredita que estão “destruindo o orçamento” e preparando uma bomba para explodir no seu colo.
O cenário é de muitos focos de incêndio e poucos bombeiros. Mesmo que apaguem as chamas, a desconfiança entre as partes continuará instalada.

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