O ex-senador José Agripino poderia, ao menos, respeitar um pouco mais a inteligência dos eleitores. Ao declarar que não existe nenhum entendimento político entre o prefeito Allyson Bezerra, do União Brasil, e a senadora Zenaide Maia, do PSD, mas apenas um mero acordo administrativo, Agripino acaba insultando o público.
Sou fã de políticos que, mesmo em situações difíceis — até inexplicáveis —, agem com transparência, dizendo as coisas como realmente são, sem criar fantasias. Ora, não custava nada Agripino admitir que há, sim, um entendimento entre Allyson e Zenaide, mas que, no momento oportuno, tudo será submetido à avaliação da Federação União Progressistas, responsável por deliberar sobre as condições políticas para um acordo eleitoral.
Em vez de ser simples e verdadeiro, o ex-senador preferiu a conversa mole de que não existe acordo eleitoral, mas apenas um pacto administrativo em que a senadora contribui com emendas para a gestão do prefeito.
Então, Agripino quer nos convencer de que a fala de Allyson, durante o encontro estadual do PSD — quando afirmou que não largaria a mão de Zenaide, que percorreria o Estado ao lado dela e que, para aqueles que imaginavam que ela ficaria com a segunda vaga ao Senado estavam enganados, pois ela conquistaria a primeira vaga — tudo isso não tem nada a ver com política? Hein, Agripino.
A única coisa que se pode compreender da fala amarelada do ex-senador é que o União Brasil ainda enfrenta sérias dificuldades para engolir Zenaide, mesmo diante da predileção de Allyson Bezerra pela aliada. Ainda não desceu goela abaixo.