Sem espaço na guerra ideológica, Allyson parte para confronto de gestão

Aos poucos, o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, deixa claro qual será sua estratégia para não ser engolido pela polarização ideológica entre PT e PL na disputa pelo Governo do Estado em 2026. Como já abordado neste blog, há um grande risco de uma terceira via não vingar, devido à polarização iniciada nas eleições de 2018, com a ascensão de Jair Bolsonaro.

Enquanto Rogério Marinho e Fátima Bezerra se fortaleceram mutuamente explorando a rivalidade ideológica — bolsonaristas contra petistas, direita contra esquerda, conservadores contra progressistas, democracia contra autoritarismo —, a aposta de Allyson é propor um embate com base na gestão administrativa.

As críticas que ele tem direcionado ao governo do PT seguem essa lógica: confrontar estilos de gestão, utilizando como parâmetro comparativo sua administração à frente da Prefeitura de Mossoró.
“Como eu poderia apoiar o pior governo do Rio Grande do Norte na educação, se lá em Mossoró eu tenho o Mossoró Cidade Educação, que revolucionou o ensino na cidade? Como eu posso apoiar um governo que deixou nossas estradas esburacadas, se em Mossoró eu estou construindo um anel viário? Como posso apoiar um governo que instalou um caos na saúde, com hospitais sucateados, se estou construindo uma policlínica médica?”, repete Allyson em entrevistas, sempre traçando paralelos entre os modelos de gestão.

Fica evidente que o prefeito busca se distanciar da disputa ideológica e estabelecer um confronto com base na competência administrativa. A grande dúvida é se essa nova forma de polarização — administrativa, e não ideológica — terá força suficiente para superar o embate tradicional entre PT e PL. De toda forma, é possível dizer que Allyson não tinha outra opção: o território ideológico já tem donos definidos.

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