Agenda nacional ofusca mais ainda a presença de Rogério no Rio Grande do Norte

Quando analiso os projetos de Rogério Marinho para 2026, fico em dúvida se ele realmente está no caminho certo. Digo “projetos” no plural porque são dois: ser candidato a governador e, ao mesmo tempo, alimentar o sonho de disputar a Presidência ou a vice-presidência. Sonhar não é problema, todos têm esse direito.

Hoje, Rogério dá grande visibilidade à sua atuação na CPMI do INSS, divulgando os vídeos de suas falas na comissão. Em segundo plano, aparecem postagens sobre a defesa da anistia, da PEC da Blindagem e críticas ao PT. Já sobre o Rio Grande do Norte e seus problemas, ele se pronuncia muito pouco.

É aqui que surge minha dúvida: ao apostar suas fichas em Brasília, o senador acaba dando pouca atenção ao Estado. Participou de alguns eventos do Rota 22, concede entrevistas pontuais em rádios ligadas ao seu grupo político, mas percorre pouco o RN. Enquanto isso, seus principais adversários, Allyson e Cadu, estão em intensa movimentação, rodando estradas e dialogando com eleitores.

Rogério anunciou para novembro o lançamento de um programa de governo, com base nas propostas recebidas no Rota 22. Contudo, o distanciamento do Estado pode enfraquecer esse esforço. Naturalmente, não conheço todos os bastidores, acordos e estratégias em andamento, mas, olhando de fora, a percepção é de pouca prioridade ao RN.

Além disso, as pesquisas revelam que Rogério oscila entre as maiores taxas de rejeição, sempre disputando esse posto com o PT. Sua adesão ao discurso bolsonarista mais radical indica que não buscará agradar a todos, como tentou em 2022, quando conviveu sem atritos com a chapa FARINHO (Fátima e Marinho).

É cedo para saber onde essa estratégia vai dar, mas parece difícil enxergar Rogério focado de fato na eleição para o Governo do Estado. Não por acaso, Styvenson afirmou recentemente: “Se Rogério não for candidato, vou repensar meu projeto e posso disputar o Governo”. Já Álvaro Dias declarou: “Se Rogério não for, a vez é minha”. Ambos, certamente, têm informações mais concretas do que nós para levantar essa incerteza no cenário.

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