Agripino volta a defender pesquisa como critério para escolher candidato da oposição

O ex-senador José Agripino, que andava um pouco calado sobre a política estadual, retornou de sua viagem de férias à Inglaterra com todo o gás. Em entrevista a um jornal natalense, Agripino voltou a bater na tecla de que os partidos de centro-direita precisam se unir para não correrem o risco de enfrentar mais quatro anos de um governo do PT.

Agripino defende que os partidos se unam em torno de um propósito e que, ao final, o critério para definir o candidato seja o desempenho nas pesquisas. “Quem estiver melhor nas pesquisas sairá como candidato do grupo todo”, afirmou Agripino.

Embora não reste outra alternativa ao ex-senador senão afirmar o que afirmou, dificilmente sua proposta prosperará. O próprio Rogério Marinho já questionou o uso da pesquisa como critério predominante. Ele lembra que, segundo esse critério, nem ele teria sido eleito senador, nem Paulinho Freire prefeito de Natal.

Os partidos de centro-direita citados por Agripino são o União Brasil, o PL, o Republicanos de Álvaro Dias, o Podemos e o PSDB sob o comando de Styvenson. Há claros sinais de que o grupo está dividido em dois palanques: um liderado por Rogério, em parceria com Styvenson, e outro formado por Agripino em aliança com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra.

Não acredito que seja ingenuidade de Agripino retomar o discurso de unidade do grupo e apontar a pesquisa como critério. Até porque ele sabe bem que a chance de a proposta prosperar é mínima. Mas não lhe resta outro caminho.

O próprio Rogério já concedeu entrevistas falando também sobre a necessidade de união para derrotar o PT, mas indicou que os critérios deveriam ir além das pesquisas. Ele defende que sejam levados em conta fatores como estrutura política, apoios e histórico de confiabilidade — puxando, naturalmente, a sardinha para o seu lado.

O problema é que ninguém está disposto a abrir mão de nada.

Para Rogério, os critérios para unir o grupo devem ser aqueles que favorecem sua escolha como candidato. Já para Agripino, os critérios devem ser os que ele considera mais apropriados para o projeto do qual faz parte — nesse caso, ele é o principal articulador do nome do prefeito Allyson Bezerra.

Como já mencionei antes, essa adaptação dos critérios ao gosto do freguês é um sinal claro de que essa turma não permanecerá unida. O racha é apenas uma questão de tempo.

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