Álvaro Dias como opção ao Governo do RN se fortalece com expectativa de desistência de Rogério

O ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias, está convicto de que disputará o Governo do Rio Grande do Norte em 2026. A segurança não se apoia apenas no fato de comandar um partido e ter autonomia para definir seu projeto eleitoral, mas, sobretudo, na avaliação de que o senador Rogério Marinho não entrará na disputa estadual.

Segundo interlocutores, há um entendimento político entre os dois de que, caso Rogério não seja candidato ao Executivo, Álvaro assumirá a cabeça de chapa da oposição. Essa convicção tem se refletido no discurso público do ex-prefeito. Há alguns meses, a candidatura ao Governo aparecia de forma mais discreta em suas falas, mas desde o início de dezembro o tom mudou: Álvaro passou a afirmar reiteradamente, em entrevistas, que sua prioridade é o Executivo estadual.

Nesse novo contexto, o chamado plano B — uma eventual disputa pelo Senado — praticamente desapareceu do discurso recente. A leitura é de que Álvaro já opera politicamente como candidato ao Governo, aguardando apenas a confirmação do cenário nacional envolvendo Rogério.

As conversas mais recentes entre Álvaro e Rogério, mantidas com reserva, serviram para reafirmar os termos do acordo. Se Rogério decidir disputar o Governo, Álvaro aceitaria, sem resistência, migrar para a disputa ao Senado. Caso contrário, o compromisso seria não apresentar outro nome para o Executivo além do do ex-prefeito de Natal.

Mesmo assim, a consolidação de Álvaro como candidato ao Governo ainda depende de uma variável importante: a posição do senador Styvenson Valentim. Rogério e Styvenson conversaram na semana passada e o nome de Álvaro foi colocado na mesa, mas sem encaminhamento conclusivo.

Durante a conversa, Rogério mencionou a possibilidade de assumir a coordenação da campanha nacional de Flávio Bolsonaro, mas não tratou diretamente de uma eventual desistência da disputa ao Governo do RN. Styvenson, por sua vez, mantém o discurso público de que Rogério é seu candidato ao Executivo, mas já deixou claro que, se ele não disputar, poderá reavaliar sua própria candidatura ao Senado e considerar o Governo do Estado.

Apesar da interrogação, aliados avaliam que um entendimento entre Álvaro e Styvenson não é improvável. Os dois mantêm boa relação política e conversam com frequência. Para avançar nesse diálogo, Álvaro espera contar com a articulação do prefeito de Natal, Paulinho Freire.

Além dos nomes majoritários, uma eventual substituição de Rogério por Álvaro na disputa ao Governo também exigirá o aval das nominatas partidárias. Essa articulação caberia ao próprio ex-prefeito, que teria a missão de convencer, individualmente, os pré-candidatos sobre a mudança na cabeça de chapa.

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