Arquivamento da apuração sobre cartão de vacina tem motivação política

O Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou o inquérito que investigava a falsificação do cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Federal apurou o caso com base na denúncia do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que afirmou que, às vésperas de viajar para os Estados Unidos, Bolsonaro lhe pediu que providenciasse um cartão de vacina falso para poder ingressar no país.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), no entanto, não apresentou denúncia e, pelo contrário, solicitou o arquivamento da investigação. O argumento foi a falta de provas concretas de que Bolsonaro tenha, de fato, dado essa ordem, baseando-se apenas na delação de Mauro Cid, sem outros elementos que a corroborassem.

O arquivamento, ao que tudo indica, possui um forte componente político, como já abordei anteriormente. Há, sim, indícios que reforçam a delação. Os cartões de vacina falsos de Bolsonaro e da filha foram impressos em uma impressora do Palácio do Planalto, a residência oficial da Presidência da República.

A PGR optou por não aprofundar mais esse caso, considerando que há, nos bastidores, uma espécie de negociação tácita para amenizar a situação em troca do projeto de anistia — a ideia é que este não deva ser aprovado.

Isso confirma o que venho argumentando: há muitos componentes políticos envolvidos nesses eventos e em suas decisões judiciais.

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