As portas estão se fechando para Bolsonaro: anistia, prisão ou fuga?

Sendo bem realista, não é difícil prever o que acontecerá com o ex-presidente Jair Bolsonaro até o final deste ano. Se ainda havia alguma esperança de uma solução negociada, por meio do PL da Anistia, essa esperança se desfez após o colégio de líderes da Câmara dos Deputados decidir que o assunto não era prioritário para a pauta.

A única coisa que não se pode prever com exatidão, daqui pra frente, é quando o STF concluirá o julgamento de Bolsonaro. Pela pressa com que o processo está sendo conduzido, a meta é encerrá-lo até o fim do ano. A condenação é considerada tão certa quanto dois mais dois são quatro.

Antes de ser hospitalizado, Bolsonaro apostava na anistia — para isso, convocou atos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Nada disso, no entanto, influenciou o andamento do julgamento. Os advogados do ex-presidente ainda tentarão encontrar brechas para adiar o processo até 2026, ano eleitoral, mas dificilmente terão sucesso.

Seguindo-se a ordem prevista, tão logo o caso transite em julgado, será assinada a ordem de prisão de Bolsonaro. Ainda não é possível estimar a pena com precisão, mas dificilmente será inferior à dos demais julgados até agora por participação nos atos de 8 de janeiro — ou seja, no mínimo, dezenove anos de prisão.

Outra questão imprevisível é como Bolsonaro enfrentará cada etapa do julgamento. Se condenado, cumprirá a pena, entregando-se voluntariamente? Ou fugirá do país ou pedirá asilo em alguma embaixada, esperando que um eventual aliado seja eleito presidente em 2026 e lhe conceda perdão em 2027?

Para os que acreditam em uma solução negociada, como uma eventual prisão domiciliar devido ao seu estado de saúde, considero essa hipótese pouco crível. Isso poderia ridicularizar todo o aparato montado para julgar Bolsonaro e os demais envolvidos nos atos antidemocráticos. Essa é a sequência de fatos que, logicamente, devem ocorrer ainda este ano, com os desdobramentos aqui apontados — salvo se surgir algum fato novo.

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