Cadu cobra Allyson e estratégia do “nós contra eles” coloca prefeito no alvo de críticas

Ao cobrar que o prefeito Allyson Bezerra se posicione sobre a tentativa de golpe de Estado, a condenação de Jair Bolsonaro e a proposta de anistia, o pré-candidato do PT ao Governo do Estado, Cadu Xavier, busca forçar o prefeito a entrar em um jogo do qual ele tem se mantido distante.

No populismo eleitoral, a lógica do “nós contra eles” tenta enquadrar o eleitor dentro de parâmetros que definem bons e maus. Trata-se da estratégia de polarização: de um lado e do outro, extremos que exigem escolha.

Embora o debate pareça apenas filosófico, ele é essencialmente estratégico. Cadu tenta atrair Allyson para o embate, sustentando que o prefeito seria conivente com a tentativa de golpe e com ataques à democracia, justamente por nunca ter se manifestado. Conivência pela omissão. Assim, procura associar Allyson ao “outro lado”, que no seu discurso é sempre o lado dos maus.

O prefeito de Mossoró, por sua vez, tende a seguir evitando declarações. Nunca se posicionou sobre esses episódios. Há vantagens e desvantagens nisso: se por um lado não alimenta a polarização, por outro acaba sendo atacado por ambos. Para bolsonaristas, Allyson é simpatizante do PT; para petistas, é bolsonarista raiz. A fala de Cadu Xavier reforça esse simbolismo: cada grupo tenta empurrá-lo para o campo dos “eles”.

No centro dessa disputa está o eleitor, juiz da decisão. O resultado dependerá do grau de engajamento com o “nós contra eles” e da simpatia por um dos lados. O que se observa nas redes sociais e nos grupos de conversa é que há forte envolvimento. Nesse cenário, quem tenta passar ao largo corre o risco de não ser visto.

Compartilhe agora:

MAIS POSTS