O pessoal mais próximo da governadora Fátima Bezerra fez muita festa com os números da pesquisa Seta, divulgada na sexta-feira, na qual ela não apenas estanca a queda de popularidade, como também começa a recuperar terreno.
Segundo a pesquisa, 41% aprovam o governo e 43% desaprovam, configurando um empate técnico. Outros 16% não souberam ou não responderam. A pesquisa ouviu 1.500 pessoas entre os dias 14 e 16 de abril.
O motivo da comemoração se deve ao fato de que a média das pesquisas anteriores indicava dois terços de desaprovação contra apenas um terço de aprovação.
No item “ótimo e bom”, o governo Fátima atinge 39%, contra 27% de “ruim e péssimo”. 24% consideram o governo “regular” e 10% não responderam.
Eu teria mais parcimônia na comemoração desses números. Primeiro, é importante comparar uma pesquisa com outra do mesmo instituto. Na última pesquisa Seta, ainda durante o período eleitoral do ano passado, Fátima tinha 51% de aprovação e 43% de desaprovação.
Por esses dados, a desaprovação permanece a mesma, mas a aprovação caiu 10 pontos.
Em relação aos outros institutos, é prudente aguardar novos levantamentos para confirmar se realmente houve uma queda na desaprovação.
Não estou jogando um balde de água fria na comemoração petista — apenas recomendo cautela.
Nos processos de avaliação de gestores, a queda na popularidade pode ser rápida, mas a recuperação costuma ser lenta.
Os marqueteiros, em geral, trabalham primeiro para estancar a queda e estabilizar os índices, para só depois iniciar um processo de crescimento, lento e gradual.
Tenho a percepção de que os números da popularidade da governadora Fátima Bezerra tendem a melhorar. Há muitas entregas e anúncios sendo realizados, além de uma mudança de postura em relação à mídia.
Mas essa recuperação não acontecerá do dia para a noite: será um processo lento e difícil.