Fico imaginando o que se passa na cabeça do ex-presidente Jair Bolsonaro em relação ao futuro que o aguarda. A grande maioria dos brasileiros dá como certa sua condenação até o final do ano pela tentativa de golpe de Estado, com a consequente prisão.
O que me pergunto é se, de fato, Bolsonaro aceitará ser preso ou se tem em mente alguma estratégia para evitar essa situação. Não estou entrando no mérito da tentativa de golpe ou na atuação política do STF – essa é uma outra discussão.
O objetivo deste texto é refletir sobre o que Jair Bolsonaro fará quando sua prisão for decretada.
Tenho uma opinião sobre isso: não acredito, em hipótese alguma, que Bolsonaro se entregue voluntariamente e aceite ser encarcerado. Não vejo em seu perfil alguém que admita essa situação.
E o que acho que Bolsonaro fará? Acredito que haverá uma tentativa do ex-presidente de sair do país e se refugiar nos Estados Unidos ou em outro local até que haja condições para retornar. O anúncio de Eduardo Bolsonaro de que pretende morar nos Estados Unidos é um indício do que pode estar sendo planejado. Ele irá preparar o terreno para que os americanos recebam seu pai.
Nem Bolsonaro nem seu entorno acreditam na possibilidade de anistia ser aprovada no Congresso, tampouco na absolvição nos processos judiciais. Da mesma forma, não consideram viável a reversão da inelegibilidade. O que sabem que ocorrerá, com grande probabilidade, é a condenação e a decretação da prisão.
A aposta do staff de Bolsonaro é que Tarcísio de Freitas seja eleito o próximo presidente do Brasil e, assim que assumir, conceda um indulto ao ex-presidente, perdoando sua pena. Dessa forma, ele poderia retornar ao Brasil. Nesse cenário, Bolsonaro permaneceria nos Estados Unidos por pouco mais de um ano antes de voltar ao país. No entanto, se Lula for reeleito, Bolsonaro ficaria exilado por um período maior, até conseguir um perdão presidencial de um sucessor pós-Lula.
E quando Bolsonaro faria esse movimento de deixar o país?
Acredito que isso ocorreria por volta da metade do ano, quando o processo contra ele estivesse em uma fase mais avançada da instrução, mas antes da sentença. Ele sabe que, quanto mais iminente for sua condenação, maior será a vigilância sobre seus passos.
Essa é minha opinião.