Hoje quero fazer uma análise sobre a possibilidade de divisão na oposição do Rio Grande do Norte. Este blog já apontou, em diversas publicações, que a oposição fala em união, mas a prática está muito distante disso. Os interesses e projetos pessoais ainda estão bem acima de qualquer construção coletiva, dificultando a formação de uma frente unificada.
Até o momento, o discurso de união tem sido mais da boca pra fora. A ideia que se transmite é mais ou menos a seguinte: “É importante que a gente se una, desde que eu seja o candidato de todos.” O próprio Rogério Marinho afirmou, na semana passada, que espera até dezembro para que todos se somem ao seu projeto.
Se colocarmos na ponta do lápis os partidos com visibilidade dentro da oposição, temos: PL, União Brasil, PSDB (caso Styvenson venha a controlar a sigla), Podemos, Solidariedade e Republicanos.
Nesse grupo, o PL já tem um pré-candidato ao governo; o União Brasil também; e o Republicanos, idem. Em relação a Álvaro Dias, pré-candidato do Republicanos, não vejo grandes problemas — ele se acomodaria bem caso lhe fosse garantida uma vaga ao Senado. Já Alysson Bezerra, que não tem idade para disputar o Senado, e Rogério Marinho, que já ocupa uma cadeira de senador, estariam em uma situação diferente.
Portanto, acomodando a questão de Álvaro, sobrariam Alysson e Rogério — e um dos dois teria que abrir mão em favor do outro. Como já analisei antes, Rogério só renunciaria se conseguisse uma vaga em uma chapa presidencial, e Alysson só sairia de cena caso as pesquisas o mostrassem como eleitoralmente inviável.
Se a oposição realmente se dividir, acredito que Rogério levará consigo, além do PL, o PSDB e o Podemos. O Solidariedade é uma incógnita, e o Republicanos ficaria observando, pronto para se posicionar conforme o vento soprar.
O partido em situação mais delicada, nesse cenário, é o União Brasil. A sigla está dividida internamente entre uma ala pró-Alysson e outra pró-Rogério. Acredito que o União Brasil será o fiel da balança nesse jogo — e tende a pender para o lado de Alysson.
Não será fácil para o União se justificar, aqui e em Brasília, caso decida abrir mão de uma candidatura própria, que lidera todas as pesquisas, para apoiar um terceiro. Até porque, hoje, o partido não teria como explicar por que trocaria Alysson por Rogério, que tem tratado a disputa pelo Governo como um plano B.