A vereadora Nina Souza confirmou oficialmente que é pré-candidata a deputada federal pelo partido União Brasil, com o apoio irrestrito do prefeito de Natal, Paulinho Freire.
A entrada de Nina na disputa influencia decisivamente outras três pré-candidaturas. Na prática, retira Carla Dickson do União Brasil e praticamente sela sua ida para o PL. Também enterra as negociações do PP com o ex-deputado estadual Kelps Lima, que busca um partido para disputar a Câmara Federal. E ainda dificulta os planos do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, de lançar um nome próprio pelo União Brasil com base em sua cidade.
Vamos entender esse cenário.
Em todas as projeções feitas no RN, considerando as oito vagas disponíveis para deputado federal, nenhuma delas prevê que a federação União Progressista eleja mais de quatro parlamentares. Na nominata da federação estão quatro deputados com mandato: João Maia, Robinson Faria, Benes Leocádio e Carla Dickson. João, Robinson e Benes são vistos como candidatos viáveis, com potencial acima de 100 mil votos, sendo considerados praticamente eleitos.
Em tese, a vaga de Carla Dickson seria a única em aberto. Com a entrada de Nina Souza, fortalecida pelo apoio de Paulinho Freire, a expectativa é que ela também alcance os 100 mil votos. Assim, apenas “tubarões” têm chance nessa nominata; “arraia miúda” não tem vez.
Nem mesmo Kelps Lima, que obteve 79.025 votos em 2022, teria fôlego para competir com o quarteto favorito.
No caso de Carla Dickson, o surgimento de uma concorrente de peso inviabiliza sua permanência no União Brasil. Seu destino será o PL, onde disputará espaço com General Girão e Sargento Gonçalves.
Já o prefeito Allyson Bezerra, que pretendia lançar o vereador Thiago Marques — hoje no Solidariedade — como seu nome à Câmara Federal, pode rever o projeto. Como o Solidariedade não terá nominata própria, a ideia era filiar Thiago ao União Brasil. Porém, com Nina no páreo, esse movimento perdeu força. Diante da disputa entre candidatos fortes, Allyson pode optar por não gastar capital político em uma aposta arriscada.
A oficialização da pré-candidatura de Nina mostra que Paulinho Freire não trabalha com a possibilidade de unir a oposição. Inicialmente, o Plano A de Nina era compor como vice de Allyson Bezerra. Sem acordo com o grupo do PL, ela decidiu iniciar sua corrida à Câmara Federal, abandonando o projeto de ser vice-governadora.
