Quando 2024 virou para 2025, o PT no Rio Grande do Norte, se viu forçado a antecipar decisões políticas que, em tese, só deveriam ser tomadas um ano depois. Três temas exigiam definição imediata: a candidatura de Fátima Bezerra ao Senado, a escolha do nome para disputar o governo e a estratégia de alianças.
A primeira decisão foi tomada a partir da estratégia do PT nacional, que busca fortalecer sua bancada no Senado. Fátima Bezerra foi chamada ao Palácio do Planalto e informada de que sua candidatura era uma prioridade para o partido. Assim ficou decidido que ela disputará umas das vagas ao Senado.
A segunda decisão veio após o surpreendente anúncio do vice-governador, Walter Alves, que afirmou que, mesmo assumindo o Governo em abril de 2026, não será candidato à reeleição. Diante disso, o PT optou por um nome novo, que fugisse da rejeição do antipetismo e representasse renovação. Assim, Cadu Xavier foi lançado ao cenário político.
Agora, quero me deter na terceira e mais delicada decisão. um pouco mais sobre a terceira decisão: a estratégia eleitoral. A prioridade do PT é atrair a senador Zenaide Maia para compor uma chapa com Fátima ao Senado. Há um claro interesse em construir uma aliança com o PSD e consolidar a formação Cadu-Fátima-Zenaide.
Estudos internos do partido indicam que uma chapa das duas mulheres teria um forte apelo eleitoral. Além disso, essa aliança permitiria a Fátima conquistar parte do eleitorado de Zenaide que não tende a votar com a governadora, enquanto Zenaide teria maior penetração no eleitorado petista.
No entanto, Zenaide não demonstrou entusiasmo imediato quando a estratégia lhe foi apresentada em janeiro, em uma conversa com a própria Fátima. Na ocasião, ela destacou que mantém uma aliança política com o prefeito Alysson Bezerra e que essa seria sua prioridade. Fátima, por sua vez, afirmou que nenhuma possibilidade estava descartada.
O tema deve ser tratado em breve em Brasília. A govenadora sabe que a presença do PSD nacional em uma aliança de apoio à reeleição do presidente Lula será determinante para um acordo entre o PT e o PSD no RN. Além disso, o desempenho do Governo Lula nas próximas pesquisas será um fator crucial na definição das alianças estaduais.
O mais importante, no entanto, é que a composição com Zenaide se tornou a prioridade máxima para Fátima Bezerra. Essa é a terceira peça fundamental na estratégia do PT para 2026.
