Mesmo se colocando afirmativamente como pré-candidato ao Governo do RN, o senador Rogério Marinho ainda tem uma questão a resolver antes de bater o martelo.
Na última visita que fez ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em 26 de setembro, os dois analisaram, um a um, os cenários do PL nos 27 estados. Rogério apresentou o quadro de candidatos, possíveis alianças e recebeu de Bolsonaro orientações sobre o fechamento das chapas.
Ao final da conversa, o ex-presidente fez um convite para que o senador continue coordenando essas articulações em âmbito nacional. Ele seria uma espécie de “olhos” de Bolsonaro nas decisões estratégicas. Rogério, que já é secretário nacional do PL, atua como uma espécie de coordenador político do partido.
Assumir essa função significa ter o controle do fundo eleitoral do PL em 2026, estimado em cerca de R$ 700 milhões. Soma-se a isso o fundo partidário, que em 2025 representou mais de R$ 103 milhões no caixa do PL. Caso permaneça como coordenador das eleições de 2026 dentro do partido, Rogério se tornaria o principal gestor de todos esses recursos.
O que se sabe sobre a resposta ao convite é que Rogério pediu a Bolsonaro até o final do ano para tomar uma decisão. Caso aceite, terá de abrir mão de disputar o Governo do RN.
Na prática, dizer “sim” ao convite traz bônus e ônus.
O bônus seria a projeção nacional, o enorme poder de distribuir o fundo eleitoral e influenciar as eleições nos estados. Além disso, em caso de vitória do candidato à Presidência apoiado pelo PL, Rogério seria, sem dúvidas, um dos favoritos para presidir o Senado a partir de 2027.
O ônus, por outro lado, seria ficar fora da disputa estadual e, em caso de derrota na eleição presidencial, ter sua própria reeleição ao Senado, em 2028, seriamente comprometida.






