Entre a cordialidade e a estratégia: como Allyson deve lidar com a visita de Bolsonaro

Já existe uma discussão em alguns grupos sobre qual deve ser a postura do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, ao receber o ex-presidente Jair Bolsonaro no próximo dia 13/06, quando este visitará o Mossoró Cidade Junina. No dia seguinte, a agenda de Bolsonaro prevê visita às obras do Complexo Viário 15 de Março — uma nova rodovia de 8 km que ligará as BRs 304 e 110, formando uma espécie de anel viário em torno da cidade.

A discussão, como de costume, gira em torno de rótulos: se Allyson é bolsonarista ou alinhado à esquerda. Nas redes sociais, há quem o veja como bolsonarista “raiz”; outros afirmam que ele simpatiza com o PT. No meio da polêmica, há mais torcida do que análise racional.

Conversei com pessoas ligadas ao prefeito, que afirmam que o tratamento será cordial. Na Estação das Artes, onde Allyson costuma receber convidados no camarote da Prefeitura, Bolsonaro será bem recebido — caso decida ir até lá. Mas o prefeito não sairá à procura do ex-presidente no meio da multidão, tampouco acompanhará sua agenda entre o povo. A cordialidade existirá, mas sem protagonismo.

Outro ponto é a visita ao Complexo Viário na manhã seguinte. Aqui, há um dilema. A presença de Bolsonaro e do senador Rogério Marinho é entendida como uma tentativa de ambos se colocarem como “pais” da obra — e de insinuar que Allyson tenta esconder isso. Sob essa perspectiva, a ausência do prefeito seria compreensível. No entanto, trata-se de um ex-presidente e de um senador que, de fato, alocaram recursos para a obra. Seria descortês não recebê-los e mostrar o andamento da construção.

Minha impressão é que a ida ao MCJ será pacífica e marcada por cordialidade institucional. Já a visita ao Complexo Viário carrega simbolismos e recados políticos. E não se pode esquecer que Rogério tende a ser adversário de Allyson em 2026. Parece improvável que o prefeito aceite o jogo e vá entregar o palco de bandeja aos dois.

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