Entre Fátima, Zenaide e Allyson: as escolhas que a prefeita de Pau dos Ferros precisa fazer

Fico imaginando o dilema que está diante da prefeita de Pau dos Ferros, Marianna Almeida: renunciar à Prefeitura para disputar uma vaga na Assembleia? Aceitar ser vice de Cadu Xavier? Ou coordenar a campanha de Allyson Bezerra na região Oeste?

Não se trata de uma decisão simples. Afinal, não é apenas renunciar a dois anos de mandato como prefeita — mesmo porque, se permanecer no cargo, Marianna concluirá o mandato, mas inevitavelmente passará dois anos em ostracismo político.

A questão central é qual escolha fazer.

Acredito que Marianna seja simpática à ideia de se afastar em abril do próximo ano para disputar a eleição de 2026. Em todas as entrevistas que ouvi dela, percebo uma clara propensão ao desafio eleitoral.

A disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa, porém, vai se tornando cada vez mais difícil. Além da aliança da prefeita com o deputado Galeno Torquato, um projeto desse porte precisaria estar sendo construído com bastante antecedência.

Talvez, a alternativa mais vantajosa fosse um convite para ser vice de Allyson Bezerra. Isso tanto pela expectativa de poder que ele carrega, sendo favorito na disputa, quanto pela posição estratégica que Marianna ocuparia, tornando-se a primeira na linha de sucessão. O problema é que a escolha do vice no União Brasil não depende apenas de Allyson. Há uma sinalização de que a indicação caberá ao PP, do deputado João Maia. Nesse cenário, dificilmente o PSD, partido de Marianna, terá espaço, já que a sigla já conta com Zenaide Maia na chapa.

Marianna também recebeu convite da governadora Fátima Bezerra para ser vice de Cadu Xavier. O obstáculo, nesse caso, é que, se aceitar, ficará impedida de apoiar Zenaide para o Senado, já que Fátima e Zenaide concorrerão diretamente. Essa é uma dificuldade relevante, pois Zenaide é aliada próxima da prefeita e tem destinado recursos importantes para Pau dos Ferros por meio de emendas.

O fato é que Marianna Almeida não pode postergar essa decisão por muito tempo. Hoje, ela se beneficia do apoio de ambos os lados — tanto do Governo do Estado quanto da senadora Zenaide —, mas cedo ou tarde um deles se sentirá traído. Permanecer usufruindo dessas parcerias enquanto adia a escolha não é ético.

Marianna precisa decidir. E logo.

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