Estou entre os que acreditam na chance zero de união da oposição no Rio Grande do Norte. Já escrevi diversas vezes sobre isso aqui no blog. Hoje, quero me deter em uma pergunta específica sobre o tema: é possível que Rogério Marinho desista para apoiar Allyson Bezerra?
Não acredito nisso.
Muitas pessoas conversam comigo sobre essa possibilidade, e tenho ouvido os mais diversos argumentos.
Alguns acreditam que Rogério não é ingênuo e que não cometerá o erro de insistir numa candidatura com poucas chances, cuja principal consequência seria dividir a oposição e, assim, favorecer o PT. Não são poucos os que apostam que, no momento certo, Rogério dará um passo atrás em nome da união. O pragmatismo, dizem, acabará falando mais alto.
Por outro lado, há quem veja a situação de maneira oposta. Para esse grupo, não há mais caminho de volta para Rogério. Do ponto onde está hoje, desistir seria jogar no lixo todo o esforço da direita potiguar para conquistar espaço e visibilidade. Seria, também, um duro golpe nos planos do Partido Liberal no RN.
Para os que pensam assim, uma eventual desistência de Rogério seria como admitir que sua candidatura era, desde o início, um projeto personalista. Sem candidatura própria ao Governo, o PL perderia palanque, prejudicaria suas nominatas federal e estadual, abriria mão da disputa ao Senado e abandonaria o protagonismo que conquistou com tanto esforço.
A única justificativa plausível para uma retirada de cena, segundo os aliados de Rogério e da direita potiguar, seria sua inclusão numa chapa presidencial — como candidato a presidente ou a vice. Fora disso, recuar agora seria visto como uma rendição humilhante, especialmente por aqueles que estão apostando tudo nesse projeto.
Na minha leitura, Rogério não tem como voltar atrás. Seja pelos argumentos que apresentei acima, seja por sua personalidade. O senador é ousado, tem inteligência acima da média e é politicamente habilidoso.
Ele sabe que, se não disputar em 2026 e perder o protagonismo, poderá estar assinando uma sentença muito dura para seu futuro político. Aceitar se transformar num puxadinho do União Brasil em 2026 seria um papel pequeno demais para ele e para o PL.
E mais: há uma grande incerteza sobre qual seria o espaço destinado a ele num eventual governo que não fosse liderado por seu grupo.