Fátima volta a dar entrevistas, numa nova estratégia de marketing do Governo

A governadora Fátima Bezerra parece estar mudando sua postura em relação à mídia. Na última terça-feira, concedeu uma entrevista de meia hora ao jornalista Vonúvio Praxedes, no programa Cenário Político, da TCM.

Sempre me intrigou a aparente aversão da governadora à imprensa — evitando conceder entrevistas, limitando perguntas de repórteres e restringindo-se a tratar apenas de temas positivos para o governo.

Entre todos os membros da gestão, Fátima é quem tem as melhores condições de apresentar os resultados do seu governo. Ela conhece as obras e seus impactos, sabe onde estão os desafios, as falhas e os pontos positivos. Em suma, é ela quem tem o conhecimento necessário para expor e justificar as ações da administração estadual.

Este blog já noticiou que o governo estadual entrou em uma nova fase de comunicação, lançando recentemente uma campanha de marketing. No entanto, reverter a desaprovação popular não depende apenas de publicidade. A mudança precisa ser mais profunda, exigindo uma nova atitude, um novo enfoque e, acima de tudo, maior disponibilidade para dialogar com a população.

A recuperação da imagem de Fátima não ocorrerá de forma instantânea, como em um movimento em “V” (queda rápida seguida de uma recuperação imediata). Trata-se de um processo mais lento, no formato de um “U”, onde, após a queda, é necessário um período de estabilização antes de uma eventual retomada da popularidade.

Para isso, Fátima precisa conceder mais entrevistas, falar diretamente com a população, sem receio de responder perguntas difíceis. É fundamental que ela encare os desafios com coragem e sinceridade, transmitindo credibilidade ao eleitorado.

E não apenas ela. Os secretários devem comunicar o que estão fazendo, e os aliados políticos precisam estar bem informados sobre as ações do governo para poderem repassá-las à população. Comunicação governamental eficaz vai muito além da publicidade — exige proximidade, transparência e diálogo.

Ao conceder entrevista à TCM, a governadora parece ter compreendido essa necessidade. Que essa seja a primeira de muitas.

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