A cada nova pesquisa divulgada sobre a sucessão estadual de 2026, uma espécie de espada de Dâmocles parece oscilar sobre a cabeça do pré-candidato governista ao Governo do Estado, Cadu Xavier. À medida que seus números permanecem baixos e sem impacto relevante, crescem as especulações sobre uma possível substituição ou até uma desistência.
As manchetes se repetem a cada nova rodada de dados: “Cadu não é competitivo”, “Ele é um candidato laranja; o nome do PT virá na hora certa”, “Ezequiel será o substituto”, “Walter Alves será o nome escolhido”, “Natália está sendo pressionada para disputar o Governo”. As notícias, ao invés de consolidar seu nome, contribuem para fragilizá-lo ainda mais.
A verdade é que Cadu ainda não conseguiu se conectar com o eleitorado. Seu nome não desperta reações emocionais ou simbólicas — é, por enquanto, um quadro em branco, que mal começou a ser desenhado.
Anunciado como pré-candidato em fevereiro, há apenas três meses, Cadu escolheu seguir um caminho que pouco contribui para sua projeção pessoal. Nas redes sociais, suas postagens focam quase exclusivamente em ações do governo, sempre em associação direta com a governadora Fátima Bezerra ou com obras institucionais. Faltam voz própria, identidade, discurso.
Seu maior desafio é o tempo — e a pressão por competitividade. Com a espada cada vez mais próxima do pescoço, os números sucessivamente negativos o deixam em posição vulnerável. A governadora, por sua vez, tenta aliviar o cerco, reafirmando o aval a Cadu e defendendo sua continuidade no projeto do partido.
Diferente de Cadu, a deputada federal Natália Bonavides já possui imagem consolidada, o que explica seu desempenho estável nas pesquisas. O mesmo pode ser dito de Walter Alves e Ezequiel Ferreira, nomes reconhecidos que, apesar de não apresentarem números muito superiores, já estão “pintados” no imaginário do eleitor.
Cadu, por outro lado, ainda precisa se apresentar. E precisa fazer isso logo. Quando — e se — começar a ser reconhecido por suas ideias, trajetória e posicionamentos, poderá experimentar um salto nos números. Para isso, no entanto, é preciso deixar de ser visto apenas como extensão do governo e passar a ser percebido como um candidato em si. Como um nome com rosto, voz e imagem própria.