É preciso compreender bem a importância das pesquisas no Rio Grande do Norte, especialmente quando elas trazem como recorte geográfico a capital e seu entorno. Estamos falando da Grande Natal, que abrange 15 municípios e representa cerca de 42% do eleitorado potiguar.
A pesquisa Exatus, divulgada hoje, traz dados específicos de Natal. Sabemos que o município exerce forte influência sobre os demais da região metropolitana, sendo referência política e eleitoral. Vamos, então, analisar os números desse recorte a partir da perspectiva de Allyson Bezerra.
Pesquisas recentes realizadas em Mossoró mostram o prefeito com uma ampla vantagem. Se a eleição estadual fosse hoje, ele poderia ultrapassar, somente na sua cidade, a marca de 100 mil votos de maioria sobre seu concorrente mais próximo, garantindo uma diferença expressiva sobre o segundo colocado.
Mas de onde poderiam vir os votos que anulassem essa vantagem que Allyson traria de Mossoró? Justamente da Grande Natal, devido ao peso eleitoral que essa região tem.
O dado mais relevante da pesquisa Exatus é que, em Natal, Allyson aparece liderando ou, na pior das hipóteses, empatando. Isso indica que a vantagem construída em Mossoró permanece intacta. E mais: começa a ser ampliada.
Qual outra região ou município poderia, isoladamente, anular essa vantagem? A resposta é: nenhum. Com uma maioria estimada de 100 mil votos em Mossoró, seria necessário que um adversário construísse uma média de mil votos de vantagem em 100 municípios diferentes apenas para empatar a disputa. Viram como isso é difícil?
É por isso que faço esse cálculo. Pesquisas com recorte territorial específico devem ser observadas com lupa, especialmente em relação a Mossoró e Natal. A primeira por garantir a Allyson uma grande vantagem de largada. A segunda, por ser a única capaz de, teoricamente, anular essa vantagem.
Pela fotografia revelada na pesquisa de hoje, Natal não anula Mossoró — pelo contrário, soma-se a ela, ampliando a vantagem de Allyson Bezerra.