Em entrevistas concedidas nos últimos dias, o senador Rogério Marinho reafirmou que é candidatíssimo ao Governo do Estado. Ele já havia orientado seus assessores mais próximos a fazerem contatos com formadores de opinião na mídia para assegurar que não pretende abrir mão da pré-candidatura. O movimento de Rogério para retomar a postulação visa respeitar a sabedoria popular de que “não existe espaço vazio na política”; se ele não segurar seu espaço, alguém virá e ocupará.
Em outra frente, o senador Styvenson Valentim, que mantém um alinhamento político com Rogério, voltou a mirar no prefeito Allyson Bezerra, em Mossoró, disparando críticas na tentativa de desconstruir a imagem do gestor. Segundo Styvenson, “forças demoníacas” em Mossoró estariam tentando impedir a construção de um hospital infantil.
Enquanto mobiliza seus aliados para reagir aos ataques de Styvenson, Allyson cumpriu, em Natal, mais uma agenda de compromissos políticos, visitando aliados e articulando sua candidatura ao Governo em 2026. A conversa que manteve com João Maia, do PP, demonstra que o prefeito já trabalha para reunir apoios internos, em razão da federação partidária que será oficializada amanhã entre o PP e o União Brasil.
Os três episódios acima — envolvendo Rogério, Styvenson e Allyson — ilustram que a oposição no Rio Grande do Norte está longe da tão propagada união mencionada em discursos recentes. Cada um está cuidando do seu próprio projeto. Não há sinais no horizonte que indiquem a possibilidade de formação de um único palanque agregando todas as lideranças oposicionistas.
A preço de hoje, estamos assistindo à montagem de duas estruturas, dois palanques: o de Rogério e o de Allyson. É bem verdade que, no caso de Rogério, sua prioridade continua sendo a disputa presidencial, com expectativa de ser indicado por Bolsonaro para compor a chapa. No entanto, a tentativa de manter viva a pré-candidatura ao Governo do RN é um sinal de que Rogério percebeu o erro que cometia ao focar apenas em Brasília e agora busca refazer sua estratégia.