Há uma questão surgindo no cenário da composição de chapas para 2026, e em breve as lideranças terão que se posicionar. Não é nenhuma novidade — é algo típico das alianças políticas —, mas promete gerar dores de cabeça, especialmente porque a solução é complexa.
Vou narrar o impasse por meio de enunciados curtos, para facilitar o entendimento:
- Allyson Bezerra tem dito, por onde passa, que Zenaide Maia será sua candidata ao Senado.
- Zenaide afirma que mantém uma aliança política com Allyson e permanece fiel a esse compromisso.
- A senadora já destinou mais de 50 milhões de reais em emendas para Mossoró. Atualmente, dez UBSs estão sendo construídas na cidade com recursos enviados por ela.
- Zenaide recebeu um convite do PT para formar dobradinha com Fátima Bezerra. Se aceitar, a parceria com Allyson se rompe.
- Allyson, por sua vez, quer unir toda a oposição em torno de sua candidatura, mas sabe que, se o PL subir ao seu palanque, Zenaide terá que sair.
Resumindo:
Para que Zenaide e Allyson permaneçam juntos, nem ela pode estar no palanque de Fátima, nem ele pode aceitar o PL no seu.
Eis que nascem duas questões centrais:
- Allyson prefere isolar o PL para manter Zenaide ou prefere perder Zenaide para ter o PL ao seu lado?
- Zenaide ganha mais deixando Allyson e contando com a estrutura dos governos federal e estadual, ou permanecendo com ele em um palanque de terceira via?
A resposta não é simples. Passa por cálculos do tipo “perde e ganha”. Na política, poucas decisões são tomadas com o coração — a maioria é matemática: somar e multiplicar.
E, de quebra, ainda surge uma terceira questão:
Caso se confirme a separação entre Zenaide e o prefeito, como ela será tratada após ter liberado tantas emendas para Mossoró? Terá reconhecimento? Será convidada para as inaugurações?
São muitas perguntas. As respostas ainda não estão prontas, mas não custa nada a gente ir imaginando.