O preço das alianças: PP abre mão da vaga de vice e perde espaço na chapa

Com as revelações feitas pelo deputado João Maia neste domingo, em Caicó, de que há um acordo em construção entre o MDB e o União Brasil, segundo o qual caberá ao MDB indicar o vice na chapa de Allyson Bezerra, cai por terra um acordo anterior que previa a indicação do vice pelo PP.

Quando PP e União Brasil fecharam a federação, sentaram-se à mesa de negociação João Maia, José Agripino, Zenaide Maia e Allyson Bezerra. Ficou acertado que o União Brasil teria a cabeça de chapa, o PP indicaria o vice, o PSD ficaria com a primeira vaga ao Senado e restaria ainda uma segunda vaga a ser negociada com futuros aliados.

Como foi o próprio João Maia quem revelou que a vaga de vice estava sendo direcionada ao MDB, entende-se que o PP concordou em abrir mão de sua fatia na chapa. Quais seriam, então, as compensações oferecidas ao PP? Qual a nova arrumação desse tabuleiro político? Até o momento, ninguém sabe.

Muitos acreditavam que o PP não abriria mão da indicação do vice, sobretudo porque o nome cotado para a posição era o da ex-prefeita de Messias Targino, Shirley Targino, esposa de João Maia. Nesse caso, tratava-se de uma escolha que extrapolava a conveniência política, inserindo-se em um planejamento de caráter familiar.

O que não se presume é que o PP tenha desistido do posto de vice apenas em nome do fortalecimento da aliança. Não é assim que funciona o jogo de interesses políticos. Alguma argumentação consistente deve ter sido apresentada para justificar essa mudança na composição da chapa. Em política, ninguém entrega espaço de graça. Esse é o jogo.

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