O preço pago por Tarcísio e a bênção inevitável de Bolsonaro

Depois dos eventos do dia 7 de setembro, dos atos convocados pelos bolsonaristas em favor da anistia e contra o STF, um cenário político futuro parece agora inevitável: não há mais como Jair Bolsonaro negar apoio à candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas.

Ontem, Tarcísio ajoelhou-se diante de seu líder e entregou, num só pacote, todo o preço da fatura que lhe foi exigida. Adorou, exaltou e glorificou Bolsonaro. Não há mais como o ex-presidente vir a público e dizer que não abençoará o seu servo.

Li muitos comentários e análises sobre os últimos entendimentos em Brasília. Ninguém mais duvida da candidatura de Tarcísio. O preço foi pago.

O que temos pela frente é a combinação política: o Centrão concordou com a submissão de Tarcísio a Bolsonaro. A Faria Lima aceitou. Ambos os grupos entendem que foi um teatro necessário para garantir a candidatura.

Valdemar da Costa Neto, o poderoso do PL, já anunciou a exigência que será feita a Tarcísio: deixar o Republicanos e filiar-se ao Partido Liberal. Isso já está acordado. Com Tarcísio na nova sigla, o vice não poderá sair de outro partido que não seja o PL (péssima notícia para Rogério Marinho). Ainda assim, todos concordam que o vice precisa vir do Nordeste.

Com isso, quem ganha a dianteira nessa fila é o senador Ciro Nogueira, do PP. Ele é o nome preferido de Tarcísio, mas está queimado com a família Bolsonaro justamente por ter se aproximado de Tarcísio antes da bênção do “Messias” e levado consigo todo o Centrão.

A única chance de Rogério Marinho é se Bolsonaro bater o pé em seu favor. Porém, o coração de Jair bate mais forte pelo filho, Eduardo Bolsonaro, que pode ser salvo pelo pai de um longo exílio justamente entrando como vice na chapa de Tarcísio.

O burburinho é grande. Todos estão de olho na eleição e, acreditem, muitos parecem esquecer o principal: até sexta-feira, Bolsonaro poderá estar condenado a uma longa temporada na cadeia.

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