Um grupo dentro do PSD do Rio Grande do Norte está tentando convencer a senadora Zenaide Maia — e também o prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado — de que embarcar no palanque governista pode não ser um bom negócio.
Como divulgado no blog de Neto Queiroz, Zenaide estaria praticamente com as malas prontas para o desembarque no campo governista. Em entrevistas recentes, ela tem demonstrado afinidade com o governo estadual, preparando o terreno para uma possível formalização da aliança com a governadora Fátima Bezerra.
A principal tese dos que se opõem a essa movimentação é estratégica: permanecendo ao centro, Zenaide teria melhores condições de conquistar votos dos dois lados do espectro político.
“Zenaide já tem boa parte dos votos da esquerda, mesmo sem estar oficialmente nesse campo. Ela é o segundo voto da maioria dos petistas e de partidos mais progressistas. Indo para lá, não há muito a ganhar — esse eleitorado, que não vota em Styvenson nem em Álvaro, acabará escolhendo Zenaide de qualquer forma”, argumenta uma fonte ligada ao grupo.
A lógica vai além: ao manter-se como terceira via, ela também poderia conquistar votos da direita — novamente como opção de segundo voto — por não estar “queimada” com esse público.
“Zenaide será reeleita porque é o segundo voto de quem vota na esquerda e de quem vota na direita. Essa é a força dela hoje”, complementa o interlocutor.
Comentário do blog:
O argumento, de fato, tem coerência. Há lógica na ideia de que Zenaide, ao manter uma posição de centro, poderia se beneficiar do voto útil em ambos os campos. Mas o ponto fraco dessa tese é justamente o contexto eleitoral que se desenha: nem a direita, nem a esquerda deixarão vaga a disputa por esse segundo voto.
Ou seja, não será um espaço livre. Outros candidatos estarão ativos na busca por essa mesma fatia do eleitorado, e o clima de polarização, já previsto para 2026, pode tornar o cenário muito mais disputado e menos racional do que se imagina agora. Na prática, essa “zona neutra” pode acabar desaparecendo no calor da campanha.