Nos tempos modernos da política digital, das curtidas e interações nas redes, será que ainda faz sentido falarmos em oligarquias?
À primeira vista, parece um tema do passado: Maia, Alves, Rosado… histórias antigas da política potiguar.
O que se criticava nas velhas oligarquias era a ausência de renovação. O critério de sucessão não era mérito, mas sangue: pai que indicava filho, que indicava esposa, tio, primo — sempre o mesmo sobrenome e a mesma subserviência política. Fora desse círculo, não havia espaço.
Mas, permita-me dizer: as oligarquias não estão guardadas no fundo do baú. Estão de volta, embora disfarçadas, embaladas com as novas cores da política digital.
Senão vejamos: começa com José Agripino, símbolo da conduta oligárquica. Num palanque chamado de terceira via, estão Agripino e as velhas condutas. Como João Maia, que é Maia, parente de Agripino. João que quer indicar a esposa como vice para o Governo e que tem a irmã Zenaide como candidata ao Senado, cujo esposo é prefeito e apoio a todo mundo. Tem ainda Paulinho Freire que trará a esposa como candidata a deputada federal. E tem Allyson, que vai renunciar a Prefeitura e colocará o primo como seu sucessor e que candidatará sua esposa para ser sua voz na Assembleia Legislativa.
E pensar que Allyson começou sua trajetória combatendo as oligarquias, com o discurso do jovem que queria romper com as velhas práticas. Hoje, porém, reproduz o mesmo modelo, ainda que com um verniz moderno.
Quer se chame de oligarquia nova ou velha, o princípio é o mesmo: concentração de poder, ausência de renovação e a crença de que fora do sobrenome não há pessoas boas e confiáveis.