Pesquisa mostra avanço de Flávio no cenário nacional e pressiona decisão de Rogério no RN

A mais recente pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta sexta-feira (26), que aponta empate técnico entre o presidente Lula (44%) e o senador Flávio Bolsonaro (41%), produziu efeitos imediatos no campo político da oposição. O levantamento foi comemorado publicamente por Flávio nas redes sociais e reforçou um movimento que pode redefinir o papel do senador Rogério Marinho no Rio Grande do Norte.

Na avaliação de interlocutores próximos, o fortalecimento de Flávio no cenário nacional distancia Rogério de uma candidatura ao Governo do Estado e o aproxima, de forma quase definitiva, da coordenação nacional da campanha presidencial da oposição. Hoje, Rogério é apontado como o nome de maior influência política nesse campo.

Segundo relatos colhidos junto a pessoas próximas ao senador potiguar, Flávio Bolsonaro foi direto ao tratar do assunto: não abriria mão de ter Rogério como coordenador nacional de sua campanha. A mesma versão indica que o ex-presidente Jair Bolsonaro também teria feito esse pedido pessoalmente durante uma recente visita, reforçando a expectativa de que Rogério assuma o papel de articulador central da estratégia eleitoral.

A interlocução entre Flávio e Rogério é descrita como permanente. Eles conversam diariamente, em várias ocasiões, e o senador do RN tem sido ouvido em decisões estratégicas. Entre aliados, atribui-se a Rogério, inclusive, a construção do roteiro da carta divulgada por Bolsonaro em apoio ao filho, confirmando sua indicação para a disputa presidencial.

No momento, não há outro operador político com influência semelhante sobre Flávio Bolsonaro. Nenhuma decisão relevante estaria sendo tomada sem consulta prévia ao senador potiguar, que ainda figura oficialmente como pré-candidato ao Governo do RN.

De acordo com apurações junto a interlocutores de Rogério, ele teria informado a Flávio e ao ex-presidente que tomaria uma decisão definitiva até o fim de janeiro. No entanto, o desempenho da pesquisa, somado à divulgação pública da carta de apoio, pode antecipar esse desfecho.

Rogério Marinho vive uma encruzilhada política. Ao recusar a coordenação nacional da campanha presidencial, corre o risco de ver outro nome assumir o posto, o que o afastaria das decisões estratégicas nacionais. Por outro lado, ao priorizar a disputa estadual, abriria mão de um espaço central na campanha que administrará o maior fundo eleitoral do país, estimado em mais de R$ 700 milhões.

Entre os aliados mais próximos, é minoritária a corrente que acredita na manutenção de Rogério como pré-candidato ao Governo do RN. A leitura predominante é de que ele deve assumir, de forma definitiva, um papel de destaque no cenário político nacional, deixando a disputa estadual em segundo plano.

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