A nominata que o União Brasil e o PP vão formar para disputar as vagas de deputado federal pelo Rio Grande do Norte deve enfrentar alguns obstáculos no percurso. Um deles, que desde já gera inquietação, é a situação da vereadora Nina Souza, esposa do prefeito Paulinho Freire.
Nina é filiada ao União Brasil e, até o momento, não há sinais de que pretenda mudar de partido — por exemplo, migrando para o PL. Ela apoia a pré-candidatura de Rogério Marinho ao Governo do Estado, juntamente com o seu esposo, Paulinho. A dupla apoia Styvenson Valentim para o Senado..
Na semana passada, Nina recebeu o apoio do grupo do ex-prefeito Álvaro Dias, que, por sua vez, está de malas prontas para ingressar no PL. O anúncio incluiu também que Nina e Adjuto Dias, filho de Álvaro e pré-candidato a deputado estadual, farão dobradinha na campanha.
O desconforto em torno dessa situação é o cálculo político de que Nina estará em outro palanque, tentando derrotar o projeto do União Brasil ao Governo, e ainda poderá conquistar uma das vagas de deputada federal — o que, na prática, significaria tirar a vaga de um dos nomes fiéis a federação.
A dificuldade é que Paulinho Freire é quem sustenta a presença de Nina Souza dentro do União, e não há, no partido, quem tenha coragem de se contrapor aos planos do prefeito de Natal.
O cálculo interno é de que João Maia, Benes Leocádio, Robinson Faria e Nina Souza são nomes com potencial para ultrapassar os 100 mil votos. No entanto, apenas três devem se eleger.
Outro desafio é montar uma esteira competitiva na nominata: com quatro “tubarões”, os “peixes miúdos” preferem buscar abrigo em outro cardume.
O ideal para a federação seria a saída de Nina Souza, possivelmente para o PL, o que garantiria as três vagas para nomes do União Brasil e do PP. Sem Nina, nomes como Rafael Mota — que poderia se filiar ao PP —, algum representante de Mossoró apoiado por Allyson Bezerra, e Kátia Pires, de Parnamirim, seriam opções para assegurar ao menos três eleitos.
A presença de Nina provoca inquietação entre Robinson Faria, João Maia e Benes Leocádio, que sabem que um deles ficará de fora. O tema vem sendo tratado com cautela, mas há movimentos discretos em curso para que Nina deixe o União Brasil.