PT potiguar corre contra o tempo para refazer as rotas em busca de um novo norte

O Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Norte terá de dar um verdadeiro cavalo de pau em seus planos para 2026. A virada de mesa provocada pelo vice-governador Walter Alves desarrumou tudo o que vinha sendo cuidadosamente articulado há meses.

É hora de repensar estratégias. O PT projetava que Walter assumiria o Governo após a renúncia da governadora Fátima Bezerra, prevista para 2 de abril de 2026, e que, a partir daí, daria sustentação às candidaturas da própria Fátima ao Senado e de Cadu Xavier ao Executivo estadual.

Esse cenário ruiu. Walter não assumirá o Governo, será candidato a deputado estadual e não apoiará nem Fátima nem Cadu. Na prática, levará o MDB para a oposição.

A primeira redefinição necessária diz respeito à própria renúncia da governadora. Entre os petistas com quem conversei, o discurso é uníssono: Fátima renunciará de qualquer maneira, pois sua candidatura ao Senado é tratada como prioridade nacional. Trata-se de uma decisão difícil de ser revertida, mesmo diante da mudança drástica de cenário.

A segunda questão que se impõe ao PT é quem assumirá o Governo no mandato-tampão de nove meses. Haverá uma eleição indireta na Assembleia Legislativa para a escolha do futuro governador. O governismo precisará se mobilizar para evitar que a oposição assuma o comando do Estado, o que poderia transformar um prejuízo político já significativo em algo irreversível. O PT, sozinho, não dispõe de votos suficientes na Assembleia e precisará, necessariamente, compor com outros partidos.

Surge, então, o terceiro dilema petista na reconstrução dos planos para 2026: com quais aliados será possível formar a chapa majoritária? De onde virá o vice de Cadu? Quem ocupará a segunda vaga ao Senado? Todos esses espaços estavam previamente reservados ao MDB de Walter.

Como se não bastasse, o PT enfrenta talvez o maior dos problemas: a decisão de Waltinho de manter em suspense seu posicionamento final. Enquanto o vice-governador não oficializa que não assumirá o Governo, todo o planejamento estratégico do partido permanece congelado, à espera de uma definição.

Se não bastasse ter bagunçado o tabuleiro do PT potiguar, Waltinho ainda mantém o partido paralisado, refém da indefinição.

Desde o fim de semana, as reuniões internas entre os petistas se multiplicam. O clima é de perplexidade. Todos tentam compreender a virada de mesa e encontrar um novo norte para o projeto político de 2026.

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