PT x Rogério ou PT x Allyson: debate ideológico ou administrativo? O que vai prevalecer em 2026?

Sempre que analiso o processo eleitoral do próximo ano, no plano estadual, uma pergunta me vem à mente: qual será o peso do debate ideológico na decisão do eleitor?

Será que o eleitor fará sua escolha com base nos problemas reais do Estado — segurança, saúde, educação —, valorizando quem apresenta melhores propostas, quem é mais confiável e preparado?
Ou será que se deixará levar pelas paixões partidárias, pelas disputas rasas de ideias, pelas guerrilhas nas redes sociais, escolhendo entre picanha, cerveja, armamento e fake news?

Penso constantemente sobre isso, tentando compreender o que se passa na cabeça do eleitor, pois, aqui no Estado, essa definição será vital para decidir quem governará.

O prefeito Allyson Bezerra aposta claramente em uma disputa centrada no desempenho administrativo. Frequentemente, ele estabelece esse contraste: o que fez na prefeitura versus o que o PT fez no Governo do Estado. Há, sim, um viés ideológico, mas não como base principal do debate.

Já o senador Rogério Marinho segue uma linha diferente: promove o embate entre o pensamento bolsonarista e o que o PT representa. Constantemente, Rogério concede entrevistas com foco no confronto ideológico, reforçando a lógica do “nós contra eles”.

O PT, por sua vez, também aprofunda essa lógica. Segundo a governadora Fátima Bezerra, a disputa será entre os defensores da democracia e os que seriam antidemocráticos. Em ambos os cenários, o PT aparece sempre ocupando um dos polos do confronto. Tanto Allyson quanto Rogério posicionam o PT como o antagonista.

Costumo chegar a duas conclusões possíveis:

Primeira: o debate ideológico ainda predomina. Ele está presente nas redes sociais, nos grupos de bate-papo, nas conversas entre amigos, nos jogos de futebol do bairro — ou seja, em todos os espaços. É impossível ignorar essa realidade.

Segunda: apesar da força da ideologia, o eleitor leva em conta outros fatores. Mesmo que tenha simpatias ideológicas, muitas vezes vota com base em um convencimento mais prático. Na eleição em Mossoró, no ano passado, Genivan Vale tentou polarizar o confronto com Allyson, sem sucesso. O prefeito evitou a armadilha e venceu com folga.

Como a eleição para governador acontece paralelamente à presidencial, a polarização nacional volta a influenciar o debate estadual. Resta saber qual será o tamanho dessa influência.

Sem respostas definitivas, o certo é manter um olhar atento sobre o eleitor e buscar, por meio de pesquisas qualitativas, compreender o que realmente passa pela sua cabeça.

Compartilhe agora:

MAIS POSTS