Rogério deu um passo atrás e Styvenson encontrou um novo caminho

Até o mês passado, o senador Rogério Marinho era, na minha visão, o pré-candidato ao governo que melhor executava os acordes da sinfonia de uma pré-campanha. Ele vinha se preparando desde o ano passado, vivendo 2024 com o olhar totalmente voltado para 2026. Rogério é um profissional da política.

Porém, algo mudou desde fevereiro. Marinho já não é mais um candidato a governador. Ele não faz segredo de que sua prioridade atual é uma chapa presidencial. A partir daí, iniciou a difícil missão de manter um pé na pré-campanha ao governo e outro na pré-campanha presidencial. Esse malabarismo tem tudo para dar errado – não dá para fazer churrasco e, ao mesmo tempo, servir a bebida.

Rogério Marinho tomou a decisão de declarar fidelidade incondicional à família Bolsonaro, sonhando em herdar uma candidatura presidencial com as bênçãos do ex-presidente ou, na hipótese mais realista, ser indicado como vice. Com essa escolha, ele desacelera no projeto estadual, tirando o pé do acelerador de um plano que vinha tocando há mais de um ano. Seus aliados percebem essa mudança de prioridade e, de forma natural, começam a buscar novas alternativas. Em algum momento, que não deve demorar, pode ser tarde demais para Rogério recuperar o que perdeu.

Quanto ao senador Styvenson Valentim, por um bom tempo acreditei que as circunstâncias que o elegeram em 2018 – sem fazer campanha, se apresentando como um “não político” na esteira da Lava Jato – não estavam mais favoráveis e que ele precisaria mudar de estratégia. O discurso da antipolítica já não se encaixava na realidade atual.

Styvenson também percebeu essa mudança e buscou um novo caminho. O senador, que antes não se alinhava à política tradicional, passou a procurar aliados entre os nomes da velha política, fez acordos com figuras que antes criticava e adotou o uso das emendas parlamentares sem nenhum pudor. Ele utiliza essas emendas habilmente, construindo para si uma imagem de benfeitor e político zeloso. Talvez sem querer, Styvenson encontrou um novo personagem que lhe caiu bem.

Hoje, ele é favorito a uma das vagas. Na pesquisa do Instituto Paraná, Styvenson, sozinho, tem quase a mesma quantidade de votos que a soma de Fátima, Zenaide e Álvaro.

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