O senador Rogério Marinho tem se tornado especialista em criar confusão — e, muitas vezes, acaba não se ajudando. Vou explicar melhor essa história.
Todo mundo sabe que Rogério atravessou o ano de 2025 dividido: ser candidato ou não ser candidato. Com um pé no RN e outro em Brasília, sempre pairou a dúvida sobre ele disputar o Governo do Estado ou aceitar a missão de coordenar a campanha nacional do PL.
Há algumas semanas, este blog publicou que, na conversa entre Bolsonaro e Rogério, no final de outubro, o ex-presidente o convidou para ser seus “olhos e braços” na coordenação das campanhas do PL em todos os estados. Rogério pediu até o fim do ano para dar a resposta.
No último fim de semana, também noticiamos que Rogério reuniu o núcleo duro de sua equipe e dos apoiadores para definir uma série de medidas que dariam o pontapé oficial na campanha — inclusive agendando para a segunda quinzena de janeiro um grande evento de lançamento de sua pré-candidatura ao Governo.
Pois bem: quando tudo parecia resolvido, consumado, prego batido e ponta virada, eis que, em uma entrevista concedida sexta-feira passada, em Natal, um entrevistador perguntou se sua candidatura estava realmente decidida. E é justamente nesse ponto que Rogério sempre aparece com um “mas”, um “porém”, um “talvez”.
A resposta dele foi a seguinte:
“Agora, é evidente que, como secretário-geral do PL em nível de Brasil e como líder da oposição no Senado, temos conversado com a nossa direção nacional e sei que nós passamos hoje por um momento muito difícil da nossa vida nacional, da nossa democracia… então tudo isso tem que ser levado em consideração. Nós somos pré-candidato e estamos conversando com o nosso partido, mas é claro que é incerta a situação que vai acontecer em julho ou agosto do ano que vem, por ocasião das convenções…”
Como se percebe, Rogério sempre dá uma no cravo e outra na ferradura. É e não é. Sempre deixa no ar a possibilidade de algo acontecer em nível nacional. Ele próprio alimenta, repetidas vezes, esse “pezinho de dúvida” na cabeça dos aliados.





