Tenho lido e ouvido notícias de que o senador Rogério Marinho não será candidato ao Governo do Estado e que, em algum momento deste ano, anunciará sua desistência, apoiando o senador Styvenson Valentim como cabeça de chapa. Essa especulação ganhou força após a divulgação dos números da Paraná Pesquisas, que colocam Styvenson bem à frente de Rogério em uma eventual disputa pelo executivo estadual.
Os argumentos que justificam a possível desistência de Rogério têm alguma lógica e são válidos. No entanto, não me incluo entre aqueles que acreditam nessa hipótese. Não se trata apenas de pesquisas, mas de estruturas montadas. Não é apenas popularidade, mas solidez de projeto.
Rogério Marinho construiu sua carreira política sonhando em um dia se tornar governador do Rio Grande do Norte. Esse desejo vem desde os tempos em que era vereador em Natal. Esse é o sonho de Rogério. E agora, a oportunidade se apresenta como nunca antes. Ele tem mandato de senador até 2030 e, mesmo que seja derrotado em 2026, seguirá no cargo.
Nenhum outro político do Estado se preparou para 2026 como Rogério. Ele foi um dos poucos que participou ativamente da eleição de 2024 já projetando a disputa seguinte. Cada aliança costurada e cada acordo firmado foram traçados com o objetivo de viabilizar seu projeto de chegar ao governo. Mal as urnas se fecharam, Rogério deu a largada na pré-candidatura, sem rodeios. Ele já tem um plano estruturado para percorrer todo o estado a partir deste mês.
Por fim, outro argumento que sustenta minha convicção de que Rogério não desistirá é a questão familiar. A família Marinho carrega uma frustração histórica. Em 1960, seu avô, Djalma Marinho, sofreu uma derrota marcante para Aluízio Alves em uma eleição que parecia ganha. No entanto, Marinho foi dramaticamente derrotado pelo chamado “cavaleiro da esperança”. Rogério tem o plano de realizar o sonho do avô e, de preferência, enfrentando Walter Alves, um dos herdeiros do aluizismo.
Por tudo isso, não acredito que Rogério desistirá.
Não compartilho da tese de alguns de que ele teria um plano maior na eleição nacional, podendo ser candidato a presidente ou a vice. Duvido muito que isso ocorra. O bolsonarismo tem uma longa fila de nomes prioritários para a disputa presidencial antes de considerar Rogério. Já para a vice-presidência, essa possibilidade é inviável, pois o PL não abrirá mão de ter um nome do partido na cabeça de chapa. Para evitar uma chapa “puro-sangue”, o vice não deverá ser do PL.
Por fim, o próprio Styvenson não se planejou para disputar o Governo. Ele está bastante satisfeito onde está, gravando vídeos e engajando nas redes sociais, cobrando dos prefeitos a execução das emendas dos recursos que ele destinou às cidades.