Tarcísio sonha com a Presidência, mas continua vetado pela família Bolsonaro

Concordo inteiramente com o ex-deputado José Dirceu: a direita já escolheu seu candidato à Presidência da República — o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Só fico imaginando como Tarcísio vai se movimentar diante da resistência da família Bolsonaro. Nem Jair Bolsonaro, nem seus filhos, nem Michelle querem apoiá-lo.

A declaração de ontem do senador Flávio Bolsonaro, tido como o mais centrado entre os filhos de Jair, foi enfática: Tarcísio tem todo o apoio da família Bolsonaro para disputar a reeleição em São Paulo, um Estado estratégico que, segundo ele, não pode ser entregue à esquerda.

Flávio, assim como o pai, ainda defende a anistia e sustenta que Jair Bolsonaro continua sendo o principal nome para disputar — e vencer — Lula em 2026.

O desafio de Tarcísio, preferido do empresariado, da Faria Lima e de parte expressiva da mídia, é administrar por muitos meses essa indefinição. Segundo Flávio, a questão só deve estar resolvida no próximo ano, perto das convenções partidárias. Vale lembrar que, para concorrer à Presidência, Tarcísio precisa renunciar ao governo paulista até 2 de abril de 2026.

O governador já afirmou que não será candidato a presidente sem o apoio de seu tutor, Jair Bolsonaro. Teme entrar na disputa sob a pecha de ingrato e traidor.

Por outro lado, enquanto observa os movimentos da sucessão presidencial, Tarcísio vê surgir candidaturas à sua sucessão em São Paulo — inclusive dentro do próprio grupo político. Com um olho no gato e outro no peixe, teme que, ao fim, não consiga concorrer à Presidência nem tenha mais controle sobre sua própria sucessão no governo paulista.

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