A presença da governadora Fátima Bezerra em Mossoró, durante quatro dias, deixou um saldo positivo. Foram entregues obras, sobretudo voltadas à educação, mas o destaque maior foi a sua presença física entre os mossoroenses, reforçando que a cidade terá papel prioritário em sua campanha ao Senado, em 2026.
Na entrevista concedida à Rádio Difusora, com mais de uma hora de duração, Fátima abordou questões administrativas, apresentou planos de governo e tratou de política em um tom sereno — diferente do clima de confronto que costuma marcar suas entrevistas em Natal.
Mossoró será estratégica por um motivo claro: na disputa direta entre Fátima e Zenaide Maia por uma vaga no Senado, a cidade poderá se tornar o principal reduto eleitoral da senadora do PSD, apoiada pelo prefeito Allyson Bezerra. Estima-se que Zenaide alcance entre 60 e 70 mil votos no município.
Diante disso, Fátima tem dois caminhos: desistir de Mossoró e buscar compensar em outros colégios eleitorais uma eventual maioria da opositora, ou enfrentar diretamente a influência pró-Zenaide no segundo maior contingente eleitoral do estado.
Sua estadia recente sinalizou o que precisa ser feito: 1) manter presença constante na cidade, dando visibilidade às ações do governo; 2) intensificar a participação na mídia local; 3) estruturar núcleos políticos que ultrapassem a bolha petista.
Além disso, uma decisão estratégica pode pesar: escolher em Mossoró o(a) primeiro(a) suplente da chapa, oferecendo à cidade protagonismo no projeto político.
O episódio remete a 2006, quando Fernando Bezerra abriu mão de disputar Mossoró contra Rosalba Ciarlini e tentou compensar em outras regiões. O resultado foi desastroso.