Ao optar por conduzir o projeto nacional do Partido Liberal, em detrimento de sua candidatura ao Governo do Estado, o senador Rogério Marinho fez uma aposta calculada. E, como toda aposta, há chances de ganhar e de perder.
Até fevereiro, Rogério tinha um único plano: ser candidato ao governo. No entanto, foi chamado pela família Bolsonaro e recebeu a proposta de liderar, em nome do bolsonarismo, o projeto eleitoral de 2026. Trata-se de uma articulação nacional que envolve desde a disputa pela Presidência da República até as eleições para governos estaduais e a ocupação de vagas no Senado e na Câmara dos Deputados.
Vale destacar que Rogério não assumiu o comando do PL, mas sim a função de secretário-geral do partido, ficando responsável por coordenar seu projeto eleitoral. O controle do fundo partidário e do fundo eleitoral continua nas mãos de Valdemar Costa Neto. A caneta segue tendo dono.
Até o momento, o nome de Rogério não tem sido citado por Jair Bolsonaro ou seus filhos como possível candidato à Presidência ou à Vice-Presidência. É importante frisar: Rogério trocou seu plano A — a disputa pelo Governo do RN — pelo papel de articulador político-eleitoral da família Bolsonaro dentro do partido. Qual será sua contrapartida por essa decisão? Ainda não está claro.
É fato que essa posição lhe dará voz ativa nas decisões eleitorais do PL nos estados. Ele percorrerá o país, falará em nome dos Bolsonaros e será um articulador influente dentro do bolsonarismo.
A grande questão agora é: isso será suficiente para justificar sua mudança de planos, deixando o governo estadual em segundo plano?
Alguém se lembra dos secretários-gerais dos grandes partidos nos momentos marcantes da política nacional? Eu, sinceramente, não consigo lembrar de nenhum.
Mas Rogério certamente calculou bem sua escolha. Ele sabe o que está fazendo.
Só o tempo dirá se o senador potiguar acertou em cheio ou cometeu um grande erro, não é?