Os institutos de pesquisa têm enfrentado dificuldades na apresentação dos resultados das intenções de voto para o Senado, especialmente ao considerar o primeiro e o segundo votos dos eleitores. Percebo uma certa confusão sobre como comunicar esses dados ao público.
Já observei diferentes formatos de relatórios. Em alguns, os institutos somam as intenções de primeiro e segundo voto atribuídas a um mesmo candidato e, em seguida, dividem o total por dois. Em outros, consideram apenas os candidatos mais citados em cada uma das opções — primeiro e segundo votos — e apresentam esses dois nomes como os líderes da pesquisa.
Vamos a um exemplo:
- Candidato A tem 20% no primeiro voto, candidato B tem 15%, e candidato C tem 5%.
- No segundo voto, o candidato C aparece com 20%, o candidato A com 15%, e o candidato B também com 15%.
A manchete que costuma surgir é: “Candidatos A e C lideram as pesquisas para o Senado.”
Isso está incorreto.
Se somarmos corretamente as intenções de voto de cada candidato:
- Candidato A: 20% (primeiro) + 15% (segundo) = 35%
- Candidato B: 15% + 15% = 30%
- Candidato C: 5% + 20% = 25%
Portanto, a liderança correta seria de A e B, e não A e C.
Continuo defendendo que a maneira mais simples e precisa de divulgar as pesquisas para o Senado é somar as intenções de voto de cada candidato, considerando as duas opções (primeiro e segundo votos). Isso porque é exatamente assim que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contabiliza os votos na apuração oficial: o total de votos válidos de um candidato corresponde à soma dos votos recebidos como primeira e segunda escolha. O percentual final será calculado com base nesse total geral de votos.
Fica então a dica: ao analisar pesquisas para o Senado, basta somar as intenções de voto de cada candidato considerando as duas opções — primeiro voto + segundo voto. Simples assim.