Refletindo sobre a disputa de 2026 pelas duas vagas ao Senado destinadas ao Rio Grande do Norte, constata-se que há três nomes fortes na disputa e que um deles vai sobrar. Styvenson, Zenaide e Fátima são os três primeiros colocados nas pesquisas. Algum leitor pode lembrar de Álvaro Dias, também pré-candidato ao Senado, mas, por enquanto, quero me deter no trio principal que lidera as intenções de voto.
Pelos números das pesquisas, o favoritaço a garantir uma vaga é Styvenson Valentim. Ele lidera com certa folga, deixando a segunda vaga para ser disputada entre Fátima e Zenaide. Considero Fátima mais forte que Zenaide na realidade atual e, por isso mesmo, fico tentando imaginar qual estratégia a senadora adotará para mudar esse cenário.
Zenaide tem hoje duas opções. A primeira é aceitar a proposta do PT e formar uma dobradinha com Fátima, passando a contar com a estrutura do Estado e do governo federal a seu favor, aguardando que a popularidade de Fátima e Lula melhore. O plano das duas seria concentrar esforços para derrotar Styvenson.
A segunda opção é manter-se na aliança com Allyson Bezerra, acreditando que a oposição não se unirá e que, assim, não haveria a incômoda presença do PL no palanque — o que causaria desconforto para Zenaide, hoje vice-líder do Governo no Senado —, apostando ainda que o favoritismo do prefeito de Mossoró se sustentará, dando a ela a visibilidade e a possibilidade de “grudar” o voto em sua candidatura.
As declarações mais recentes de Zenaide indicam claramente uma preferência pela aliança com a governadora. Embora pareça que a segunda opção seria, estrategicamente, mais interessante. O detalhe é que formar uma dobradinha com Fátima oferece variáveis mais controláveis, enquanto apostar em um palanque de centro ainda envolve muitas incertezas.
O fato é que Zenaide sabe que não tem margem para erro. Outro ponto é que ela não precisa tomar essa decisão imediatamente: ainda há tempo para as águas correrem por baixo da ponte. Por enquanto, régua na mão para medir bem cada passo. A solução é continuar alimentando as duas alternativas, sem confirmá-las nem descartá-las.