José Agripino e Paulinho Freire estão articulando nos bastidores para convencer Rogério Marinho a desistir da candidatura ao Governo e promover a união da oposição no RN. O prefeito Allyson Bezerra confirmou que Agripino conduz essas conversas. Um dos principais entraves é a presença de Zenaide Maia como candidata ao Senado na chapa de Allyson, o que inviabiliza a aliança com o PL. A postura crítica de Styvenson Valentim também dificulta o diálogo. Apesar dos esforços, ainda há forte resistência à união dos dois palanques oposicionistas.
A disputa pelas dez vagas de deputado federal do RN em 2026 deve se concentrar em quatro nominatas principais. A mais forte é a da Federação União Brasil-PP, com projeção de até quatro eleitos. PT-Rede-PCdoB tenta repetir o desempenho de 2022 e mira em três vagas. O MDB busca viabilizar uma chapa com Carlos Eduardo, Kelps Lima, Rafael Motta e Abraão Lincoln, com possibilidade de até dois eleitos. O PL depende de novas filiações para tentar ampliar sua bancada — enquanto outras siglas, como PDT, Republicanos e PSD, ainda enfrentam dificuldades para formar nominatas competitivas.
Em 2025, o RN receberá R$ 1,04 bilhão em emendas parlamentares. No entanto, os parlamentares transformaram emendas coletivas em instrumentos de uso individual. Com ações genéricas como prioridade, cada um indica livremente o destino da verba. A consequência: obras estruturantes desaparecem e o destino do dinheiro vira um mistério.
Rogério Marinho viu seu projeto de integrar uma chapa presidencial pelo bolsonarismo enfraquecer consideravelmente. Embora tenha tido seu nome incluído em pesquisa nacional a pedido de Bolsonaro, o desempenho decepcionante esfriou qualquer entusiasmo. Com Tarcísio cotado para ser o candidato e um Bolsonaro como vice, sobram poucas alternativas viáveis. O máximo que Rogério pode alcançar é um posto técnico no partido, sem protagonismo. A tendência é que dispute o Governo do RN em 2026.
Se as convenções partidárias ocorressem hoje, União Brasil e PP lançariam Allyson Bezerra ao governo do RN, sem o apoio de Paulinho Freire, que estaria no palanque de Rogério Marinho. Embora Paulinho pudesse apoiar o PL sem deixar seu partido, sua esposa, Nina Souza, enfrentaria um dilema. Como pré-candidata a deputada federal pelo União Brasil, ela não teria liberdade para apoiar outro majoritário sem mudar de sigla. Para apoiar Rogério, Nina teria que se filiar ao PL. E isso exigiria o aval do UB, já que vereadores não têm direito à janela partidária.
Lula e Bolsonaro enfrentam um mesmo dilema: aceitar a retirada gradual da vida pública ou se rebelar contra um jogo político conduzido por forças discretas, mas influentes. Ambos receberam propostas de "salvação", que implicam abrir mão do protagonismo. Bolsonaro teria que apoiar Tarcísio e aceitar a aposentadoria forçada. Lula, por sua vez, manteria alianças frágeis e aguardaria a derrota em 2026. O cenário aponta para um novo eixo político que tenta reconfigurar o poder no país

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