O que pesa mais numa disputa eleitoral?
- Um palanque forte, com a estrutura do Governo do Estado e do Governo Federal, com acesso às benesses de serviços como saúde e assistência social?
- Ou um palanque com apelo popular, formado por candidatos carismáticos e com ampla visibilidade nas redes sociais?
Se você tem dúvidas sobre essa escolha, eu também tenho.
Esse é o dilema da senadora Zenaide Maia neste momento — e não apenas dela, mas também de outros políticos que estão tendo que decidir entre o peso da estrutura e a força do popular.
Para responder à pergunta, nada melhor do que olhar para o passado e observar exemplos de como essas escolhas se deram e quais consequências trouxeram.
O exemplo mais próximo é o de 2022, quando o senador Rogério Marinho se elegeu por um palanque que não tinha apelo popular — pelo contrário, era considerado pesado — e venceu o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, tido como favorito e muito mais conhecido.
Rogério se elegeu com base na estrutura. Sua passagem pelo Ministério da Integração Nacional foi suficiente para distribuir benesses a prefeitos, garantir apoios e convertê-los em votos nas urnas.
Outro exemplo é a eleição de 2002. De um lado, a estrutura do Governo do Estado usada fortemente por Fernando Freire; de outro, Fernando Bezerra, apoiado pelo empresariado nacional, com uma campanha rica, sem restrições financeiras. E entre eles, Wilma de Faria, com um palanque modesto, discursando na carroceria de uma Pampa.
Claro que há outros fatores que determinaram o resultado dessas duas eleições. Wilma não era a “rainha do TikTok”. Venceu porque o povo rejeitou as demais opções. Já em 2022, Carlos Eduardo não era mais esse “mel todo”. Enfim, é preciso estudar cada caso com cuidado para tirar conclusões sólidas.
Voltando a 2026 e à escolha de Zenaide, é necessário analisar mais do que estrutura versus popularidade. É preciso considerar o capital eleitoral próprio da senadora, sua identidade construída ao longo da trajetória, e as circunstâncias políticas de cada palanque.
Finalizando — para que o texto não fique cansativo — a decisão de Zenaide nunca será simples. Ela faz parte de um componente que jamais deixará de existir na política: o risco. Há espaço para erros e acertos. Mas uma coisa é certa: ela vai ter que decidir logo, porque o PT não pretende esperar muito mais.