A senadora Zenaide Maia está correndo sério risco de ser engolida pelos concorrentes na disputa pelo Senado em 2026. Não é alarmismo considerar que ela precisa se mexer antes que desapareça no processo.
Vou explicar.
Zenaide está praticamente descartada do palanque governista. Não tanto porque ela hesita em aceitar o convite para uma dobradinha com Fátima Bezerra e porque tem sinalizado mais intensamente para uma aliança com Allyson Bezerra. A principal razão, no entanto, é estratégica: o PT calcula que Zenaide será adversária direta de Fátima e vai disputar com ela a segunda vaga ao Senado.
É uma simples questão de cálculo. Ter Zenaide no palanque governista seria entregar de bandeja uma montanha de votos da esquerda para uma concorrente direta. Para os petistas, é mais vantajoso lançar um nome do grupo para a dobradinha com Fátima, ainda que simbólico, apenas para impedir que esse voto dos eleitores da esquerda vá para Zenaide, e assim fragilizar sua candidatura.
Por outro lado, o palanque de centro – ou, como alguns chamam, “terceira via” – pode estar se fechando para o PSD. Parte das lideranças desse grupo considera que Zenaide não tem nenhuma identidade com o centro. Acham que ela é uma estranha no ninho e estão dispostos a buscarem nomes que somem mais.
E se houver a possibilidade de o PL, de Rogério Marinho, se aliar ao centro, junto com o União Brasil e o PP, aí sim é que Zenaide pode ficar sem espaço. É certo que o PL exigirá o veto a Zenaide. Nesse cenário, caberia a Allyson bater o pé para sustentar Zenaide ou então, se resignar e aceitar o veto e tocar o projeto sem ela. Não se sabe também se João Maia, irmão de Zenaide, resistiria a essa tentativa de fritura.
O fato é que as pesquisas indicam Styvenson Valentim e Fátima Bezerra como favoritos para as duas vagas ao Senado. Zenaide aparece em terceiro lugar. O cenário de 2026 pode obrigá-la a encontrar um trunfo na manga para reverter essa tendência — ou a se resignar e disputar uma vaga de deputada federal.
