Não vai ser fácil explicar o que vai ocorrer em 2026 com a formação de três palanques fortes e os apoios que virão dos municípios.
Se em 2022 já era complicado entender a chapa denominada de “farinho” – junção de Fátima com Marinho –, quando prefeitos ou lideranças apoiavam Fátima para o Governo e Rogério para o Senado, mais difícil ainda será acompanhar, em 2026, lideranças com um pé em cada palanque. Em alguns casos, será necessário até um tripé.
Quer ter uma ideia de como será essa salada?
Vejamos o caso do prefeito de Caicó, Dr. Tadeu. Ele pretende apoiar Allyson Bezerra para o Executivo, Fátima Bezerra e Styvenson Valentim para o Senado. Cada um representa um palanque diferente.
É até complicado imaginar como isso funcionará durante a campanha. No caso de Caicó, o prefeito terá que subir em três palanques distintos e controlar a língua para não escorregar no discurso, pedindo voto para alguém de fora daquele palanque.
O exemplo de Caicó é apenas o início da confusão que está por vir. Será comum ver lideranças apoiando candidatos de grupos diferentes. E isso sem falar no constrangimento de estar num palanque onde a pancadaria verbal pode estar direcionada justamente a um dos seus candidatos apoiados.
O que precisamos refletir é: quais são os critérios que levam essas lideranças a definirem seus apoios?
Alguns prefeitos alegam gratidão a quem ajudou suas administrações. Outros justificam com base na identidade ideológica. E há ainda os que tomam decisões com base em outros “argumentos”.
Cabe ao eleitor usar seus próprios filtros e critérios para decidir o voto — sem aceitar ser tratado como manada em negociações obscuras.